Empresas digitais devem ser reguladas, defende associação

A crescente presença de crianças e adolescentes no ambiente digital tem levantado preocupações sobre a responsabilidade das empresas de tecnologia em proteger esse público vulnerável. A Associação Europeia para a Transição Digital defende que essas plataformas sejam submetidas a regulamentações mais rígidas para garantir segurança, transparência e responsabilidade.

Ana Caballero, vice-presidente da associação, alerta: “Enquanto as leis não avançam, as famílias terão que adotar uma atitude mais proativa na supervisão do uso das plataformas digitais por crianças e adolescentes.”

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As plataformas digitais, muitas vezes projetadas para maximizar o tempo de permanência dos usuários, não possuem mecanismos eficazes para impedir que crianças sejam expostas a conteúdos prejudiciais, publicidade abusiva ou práticas manipulativas, como algoritmos viciantes.

Além disso, o uso indiscriminado de dados pessoais de menores de idade pelas empresas reforça a necessidade urgente de regulamentação clara e eficaz.

Especialistas afirmam que a proteção digital não pode ser responsabilidade exclusiva das famílias. Caballero destaca que as empresas devem implementar mecanismos transparentes e eficazes para proteger os menores.

Por outro lado, enquanto as políticas públicas avançam lentamente, as famílias devem estabelecer limites claros, supervisionar conteúdos consumidos e dialogar com as crianças sobre os riscos digitais.

Países como França, Alemanha e Reino Unido têm avançado com regulamentações mais rígidas para plataformas digitais, exigindo auditorias regulares, transparência nos algoritmos e políticas claras de proteção a menores.

No Brasil, o debate ainda caminha em ritmo lento. Projetos de lei tentam criar marcos regulatórios, mas enfrentam resistência de grandes empresas tecnológicas. No entanto, o problema aqui são os “jabotis” que o Congresso Nacional vêm inserindo nas propostas de regulamentação.

A discussão sobre a regulamentação das empresas digitais precisa ganhar urgência no cenário global e nacional. A proteção de crianças e adolescentes no ambiente virtual depende de uma combinação equilibrada entre políticas públicas, responsabilidade corporativa e conscientização familiar.

Embora haja um apelo para que as famílias adotem uma postura ativa na garantia de um ambiente digital mais seguro e saudável para as novas gerações, por trás desse debate também está uma questão de mercado. Os algoritmos precisam ser transparentes, sob pena de violarem os princípios da livre concorrência.

Atualmente, ao despriorizar conteúdos jornalísticos, as plataformas digitais frequentemente promovem engajamento por meio de conteúdos baseados em ódio, pornografia e violência — um alerta que o Blog do Esmael tem reforçado em suas análises sobre o impacto das big techs na sociedade.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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