Retorno massivo ao norte de Gaza abre esperança em meio à devastação

Na manhã desta segunda-feira, 27 de janeiro de 2025, mais de 200 mil palestinos iniciaram o retorno ao norte da Faixa de Gaza, após Israel reabrir postos de controle que haviam dividido o território por mais de um ano. Este movimento marca o fim de um deslocamento que muitos temiam ser permanente.

Ao amanhecer, grandes multidões seguiram em direção às suas casas — ou ao que restou delas — carregadas de emoção e apreensão. Muitos sabiam que encontrariam apenas ruínas, mas preferiam montar tendas em suas próprias terras após meses em campos superlotados no sul de Gaza. “Meu coração está batendo. Pensei que nunca mais voltaria”, disse Osama, funcionário público de 50 anos e pai de cinco filhos, ao chegar à Cidade de Gaza.

O retorno estava programado para começar no domingo, mas foi adiado devido a uma crise no frágil acordo de cessar-fogo. A libertação da refém israelense Arbel Yehoud não ocorreu conforme esperado, levando Israel a acusar o Hamas de violar o acordo. Após negociações mediadas pelo Catar, chegou-se a um consenso para liberar três reféns até quinta-feira e permitir o retorno dos palestinos ao norte.

Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu a realocação de até 1,5 milhão de palestinos para países árabes vizinhos, como Jordânia e Egito, para facilitar a reconstrução de Gaza. A proposta foi rapidamente rejeitada por esses países e por líderes palestinos, que a consideram uma forma de limpeza étnica e uma ameaça à identidade palestina.

O retorno dos deslocados ocorre em meio a um cenário de destruição generalizada. Famílias caminham por estradas devastadas, passando por escombros de edifícios que antes eram lojas, escritórios e residências, carregando os poucos pertences que restaram. A alegria de retornar é acompanhada pela dor das perdas e pela incerteza sobre o futuro.

Este momento representa uma mistura de esperança e desafio para o povo palestino, que, apesar das adversidades, demonstra resiliência e apego à sua terra natal.

Em 471 dias de guerra em Gaza, foram contabilizadas mais de 46 mil mortes de palestinos –a maioria crianças, mulheres e velhos. Do lado israelenses, cerca de 1,2 mil perderam a vida no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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