João Campos avança no PSB, mas enfrenta resistência interna
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), está mais próximo de assumir a presidência nacional do partido. Seu nome foi lançado oficialmente pelo atual dirigente da sigla, Carlos Siqueira, durante reunião do Diretório Nacional na última quinta-feira (6). A eleição está marcada para o 16º Congresso Nacional do PSB, que acontece entre 30 de maio e 1º de junho em Brasília.
Siqueira defendeu a mudança geracional na legenda, classificando Campos como um “jovem promissor” e reforçando que sua liderança pode representar renovação para o partido. “Com sua trajetória e compromisso com os ideais socialistas, tenho certeza de que João representa a renovação e o fortalecimento do nosso partido”, afirmou o presidente do PSB em uma publicação nas redes sociais.
João Campos, que participou virtualmente da reunião, destacou os desafios políticos das democracias liberais e disse que o partido precisa inovar. Sua candidatura, no entanto, não agrada a todos dentro do PSB.
Divergências internas no PSB
Apesar do caminho pavimentado para João Campos, há resistência nos bastidores. Um grupo dentro do PSB vê sua ascensão como um passo natural para consolidar a sigla, sobretudo no cenário pré-eleitoral de 2026. No entanto, outra ala defende que o cargo seja ocupado por alguém sem envolvimento direto nas disputas eleitorais, para garantir maior neutralidade na condução do partido.
Além disso, críticos de Campos temem que sua eventual gestão na presidência do PSB resulte em concentração de recursos e influência política no estado de Pernambuco, onde ele é prefeito. O receio é que a sigla acabe privilegiando sua base política em detrimento de outros estados.
O peso político de João Campos
João Campos tem se consolidado como uma das principais lideranças do PSB, ampliando sua influência dentro e fora do partido. Além da gestão na Prefeitura do Recife, ele tem forte presença nas redes sociais e se posiciona como um nome viável para protagonizar o futuro da legenda.
Se eleito presidente do PSB, Campos terá um desafio duplo: fortalecer a unidade interna do partido e pavimentar o caminho da sigla para as eleições de 2026. Ele precisará equilibrar interesses regionais e manter o PSB competitivo no cenário nacional, sobretudo em alianças estratégicas com o PT e outras siglas da base governista.
Atualmente, o PSB tem a vice-presidência da República ocupada por Geraldo Alckmin, que acumula o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
A eleição interna do PSB será um teste decisivo para a liderança de João Campos e para o futuro do partido no xadrez político brasileiro.
Federação e aquisição
O PSB estuda ingressar na Federação Brasil da Esperança, que já reúne PT, PCdoB e PV. Embora os socialistas, assim como o PDT, sejam arredios à ideia, avaliam o convite feito pelo presidente Lula. Além da proposta de federalização, o PSB também cogita o retorno do deputado Aliel Machado (PV) às suas fileiras.
Publicação de: Blog do Esmael