Bolsonaro pode ser preso em breve, dizem aliados

STF prepara julgamento final da tentativa de golpe e bastidores já discutem tipo de pena: domiciliar ou prisão fechada

A guerra política já passou. O depoimento no Supremo Tribunal Federal foi só o último ato de uma encenação jurídica cuidadosamente roteirizada. Agora, o que preocupa de verdade Jair Bolsonaro e sua defesa é o que vem pela frente: o risco concreto de prisão.

A percepção nos bastidores do Congresso, do Planalto e até entre militares é a mesma — não há mais como evitar a condenação. A aposta silenciosa da defesa é que o Supremo aceite uma solução menos traumática: prisão domiciliar com tornozeleira, como forma de evitar tensão institucional e internacional.

STF deve concluir julgamento até outubro

Com a fase de interrogatórios encerrada, a ação penal contra Bolsonaro e o núcleo duro do golpe — Braga Netto, Torres, Garnier e outros — está pronta para entrar na etapa final. Em julho, Moraes abrirá o prazo para alegações finais. Em seguida, o caso será levado à Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros: Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Luiz Fux.

Nos bastidores da Corte, a leitura é clara: Bolsonaro será condenado. A discussão que começa agora não é sobre culpabilidade — é sobre a pena.

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Defesa articula pedido antecipado de domiciliar

Fontes ligadas ao PL confirmaram ao Blog do Esmael que a defesa já começou a discutir, de forma reservada, um pedido de prisão domiciliar, nos moldes do que ocorreu com Roberto Jefferson em casos anteriores. A estratégia inclui demonstrar “cooperação com a Justiça” e “risco de convulsão social” caso Bolsonaro seja preso em regime fechado.

A fala contida no depoimento de terça-feira (10) fez parte dessa manobra. Nada de ataques ao STF. Pelo contrário: houve pedidos de desculpas, recuo da retórica golpista e até a negação da existência da minuta do golpe. A delação de Mauro Cid, no entanto, desmonta essa versão.

‘Minuta’ vira ‘considerando’, mas ministros não compram versão

O novo nome dado pelos réus ao plano golpista — “considerandos” — não convenceu os ministros da Corte. Segundo apurou o Blog do Esmael, Moraes e outros integrantes da Primeira Turma enxergaram o movimento como uma tentativa de esvaziar a gravidade do conteúdo revelado pela delação premiada.

O documento, segundo Mauro Cid, foi lido, editado e aprovado por Bolsonaro. Ele incluía ordens para prender Alexandre de Moraes e realizar novas eleições. A versão apresentada agora — de que só os “considerandos” foram mostrados em uma tela — foi vista como tentativa desesperada de desviar o foco.

Prisão de Braga Netto já serve de termômetro

O general Braga Netto, ex-vice na chapa de Bolsonaro, segue preso. Sua defesa já pediu a revogação da preventiva, sem sucesso até agora. A manutenção da prisão é um sinal claro de que o Supremo não pretende aliviar para os réus do núcleo militar. E Bolsonaro, segundo a PGR, é quem liderava esse grupo.

Se Braga Netto for mantido na cadeia, é improvável que Bolsonaro escape totalmente — o máximo que pode conseguir, com intensa negociação política e jurídica, é cumprir pena em casa, com tornozeleira eletrônica.

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A expectativa é que o julgamento ocorra entre setembro e outubro de 2025. Até lá, o Blog do Esmael acompanhará cada passo. A condenação já é dada como certa entre aliados. O que está em jogo agora é o formato da pena — e o impacto político dessa sentença para as eleições de 2026.

A pergunta que ecoa em Brasília não é mais “se” Bolsonaro será preso. É “quando” — e como. Ou seja, Bolsonaro está no bico do corvo — e o próprio ex-presidente reconhece esta situação.

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Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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