Minha Casa, Minha Vida agora também para a classe média
O governo federal anunciou nesta semana uma verdadeira guinada no Minha Casa, Minha Vida, programa carro-chefe da habitação popular no Brasil. Agora, com a criação da chamada “Faixa 4”, o programa passará a incluir famílias com renda de até R$ 12 mil mensais, abrindo a porta da casa própria também para a classe média.
Essa nova modalidade permitirá o financiamento de imóveis de até R$ 500 mil, com juros de 10% ao ano e prazos de até 35 anos para pagamento. Os recursos virão do FGTS e do Fundo Social do Pré-sal, conforme explicou a ministra Gleisi Hoffmann nas redes sociais. “É o governo Lula trabalhando pelo Brasil”, escreveu.
O jogo político por trás dos números
A medida atende diretamente a um pedido do presidente Lula, feito em 2023, de ampliar o alcance social do programa. A inclusão da classe média, historicamente afastada dos subsídios habitacionais, tem como pano de fundo não apenas a política de inclusão, mas também a estratégia de recuperar apoio eleitoral desse segmento em 2026.
De acordo com o governo, 120 mil famílias devem ser beneficiadas já em 2025. Metade do financiamento virá do FGTS, e a outra metade de bancos habilitados pelo agente operador do fundo. A expectativa é de que a nova faixa estimule também o setor da construção civil, gerando empregos e movimentando a economia.
Repercussão imediata no tabuleiro político
A ministra Gleisi Hoffmann destacou a importância da decisão como “inclusão social com impacto econômico direto”. Já o secretário do Ministério do Trabalho, Francisco Macena, afirmou que o FGTS cumpre sua função social. “É um grande passo para a habitação e para a inclusão de famílias que estavam afastadas das políticas públicas”, disse.
Esse filme já passou?
A diferença agora está no volume de recursos. Somente para essa nova faixa, o FGTS destinará R$ 15 bilhões, que serão igualados por mais R$ 15 bilhões de fontes como o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo e a Letra de Crédito Imobiliário (LCI). Isso dobra o poder de fogo do programa.
Os novos caminhos da habitação
Com a expansão do programa, o governo também ajustou os tetos de renda para as três faixas existentes:
- Faixa 1: até R$ 2.850 (antes, R$ 2.640);
- Faixa 2: até R$ 4.700 (antes, R$ 4.400);
- Faixa 3: até R$ 8.600 (antes, R$ 8.000).
Famílias com até R$ 4.700 também poderão financiar imóveis da faixa 3 (teto de R$ 350 mil), mas com as regras da própria faixa 3 (juros entre 7,66% e 8,16% e sem descontos). A proposta ainda inclui aumento no teto dos valores financiados para municípios com até 100 mil habitantes, chegando a R$ 230 mil.
Perguntas Frequentes sobre o Minha Casa Minha Vida para classe média
Quem pode aderir à nova Faixa 4?
Famílias com renda mensal entre R$ 8.600 e R$ 12 mil.
Qual o valor máximo do imóvel financiado?
Até R$ 500 mil.
Haverá subsídio do governo?
Não. A família pagará o valor integral, com financiamento facilitado.
Qual a taxa de juros da nova faixa?
10% ao ano, menor que a taxa de mercado.
Quando a nova modalidade estará disponível?
A partir de maio de 2025.
O povo precisa de teto
O Minha Casa Minha Vida – Classe Média é uma cartada política ousada do governo Lula. Amplia o acesso à moradia digna, fortalece o setor econômico e mira na reconquista do eleitorado de classe média. A pergunta que fica é: o mercado está preparado para essa nova demanda?
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Esmael Morais – Jornalista e advogado, especialista em bastidores do poder. Editor do Blog do Esmael.
Publicação de: Blog do Esmael