Prisão de Collor é “coisa à parte”, diz Appio sobre Lava Jato

A prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello na madrugada desta sexta-feira (25) provocou uma verdadeira avalanche de interpretações — muitas delas, equivocadas.

Autismo ALEP

Em entrevista exclusiva ao Blog do Esmael, o juiz federal Eduardo Appio, que substituiu Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, tratou de pôr ordem na casa: “Essa prisão não tem nada a ver com a Lava Jato”, cravou o magistrado.


Abaixo, você assiste ao trecho.

Collor, BR Distribuidora e Petrobras: entenda o que é e o que não é Lava Jato

Durante a entrevista, Appio explicou de maneira didática — como faz em suas aulas de Direito Penal — que o caso envolvendo Collor não se originou dos processos da Lava Jato.

“Esse processo que resultou na prisão do Collor tramitou fora de Curitiba e trata de questões ligadas à BR Distribuidora, e não diretamente à Petrobras“, detalhou o juiz.

Segundo Appio, já no passado, o Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do saudoso ministro Teori Zavascki, delimitou que a competência da 13ª Vara Federal de Curitiba era exclusiva para crimes relacionados diretamente à Petrobras.

Portanto, não se trata de um braço oculto da operação de Curitiba, como muitos veículos de imprensa ainda tentam vender.

Aula de Direito: Appio desmistifica a Lava Jato

Appio, também professor universitário, contou que precisou explicar o episódio até mesmo a seus alunos, que igualmente ficaram confusos com o barulho midiático:

“Ontem mesmo na faculdade me perguntaram se era Lava Jato. Eu disse: não é. E reafirmo aqui: são coisas distintas, processos divorciados”, esclareceu.

O juiz ainda alfinetou, de forma sutil, a cobertura superficial de parte da mídia:

“Mesmo que haja quem tente relacionar BR Distribuidora à Petrobras para dar manchete, o fato jurídico é que não há conexão.”

No caso penal de Collor, a ação penal começou tramitar diretamente no STF porque o ex-presidente era senador na época do recebimento da denúncia.

Justiça, história e bastidores: a prisão de Collor em contexto

A prisão de Collor representa, na verdade, o desfecho de processos antigos de corrupção e lavagem de dinheiro que nada têm a ver com o escândalo da Lava Jato paranaense.

O episódio reforça o que o Blog do Esmael vem denunciando há anos: a necessidade de separar, com bisturi, justiça de espetáculo.

Enquanto parte da velha mídia mistura narrativas para turbinar manchetes, a fala de Appio resgata a essência do Estado Democrático de Direito: processos devem ser analisados com rigor jurídico e sem pirotecnia política.

Tudo sobre a prisão de Collor

A prisão de Collor tem relação com a Lava Jato?

Não. Segundo o juiz Eduardo Appio, o processo de Collor é independente e não se originou na Lava Jato de Curitiba.

A BR Distribuidora tem ligação com a Petrobras?

Apesar de ser uma empresa relacionada, o STF decidiu que só casos diretamente ligados à Petrobras poderiam ser julgados pela 13ª Vara de Curitiba.

Quem determinou a competência exclusiva da Lava Jato à Petrobras?

O Supremo Tribunal Federal, sob relatoria do ministro Teori Zavascki, ainda nos tempos da Operação.

Eduardo Appio participou da Lava Jato?

Sim, mas assumiu a 13ª Vara após Sergio Moro, atuando num momento de desconstrução dos excessos cometidos pela força-tarefa.

Justiça é para valer, sem marketing

A fala serena de Eduardo Appio ao Blog do Esmael desmonta de vez a narrativa marqueteira que tenta empurrar todo caso de corrupção para o guarda-chuva da finada Lava Jato.
Collor caiu, sim, mas caiu por seus próprios erros — e não por conta da cruzada messiânica de Curitiba.

Em tempos de fake news judicial, é preciso cada vez mais separar o joio do trigo.
No Blog do Esmael, você sabe: a gente conta a história inteira, sem maquiagem.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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