Moro, o “Russo”, visita Zelensky e critica posição de Lula sobre a guerra
O senador Sergio Moro (União-PR), conhecido nos bastidores pelo apelido “Russo”, se encontrou nesta sexta-feira (29), na Ucrânia, com o presidente Vladimir Zelensky. A visita ocorre em meio a um dos momentos mais delicados do conflito que já ultrapassa mil dias.
“Viemos, a delegação brasileira, à Ucrânia dizer, com clareza solar, que a população brasileira apoia a sua causa e que é contra a guerra de agressão promovida pela Rússia. A Ucrânia, hoje, luta por sua soberania e pelo mundo livre. A posição de Lula não nos representa”, declarou Moro, alfinetando a postura do governo brasileiro diante do conflito.
Nos corredores do poder, o codinome “Russo” remete às polêmicas da Operação Lava Jato. Em mensagens reveladas pela Operação Spoofing, procuradores referiam-se ao então juiz Moro como “Russo”, indicando sua influência nas decisões judiciais da época. Uma das mensagens destacava: “Russo tudo pode”, refletindo o peso de suas ações no cenário jurídico.
A guerra na Ucrânia tem se intensificado. A Rússia aumentou seus ataques com drones e mísseis contra infraestruturas vitais. Em contrapartida, a Ucrânia tem utilizado armamentos fornecidos pelo Ocidente para atingir alvos em território russo, ampliando a tensão na região.
A recente eleição de Donald Trump nos Estados Unidos levanta questionamentos sobre o futuro do apoio ocidental à Ucrânia. Autoridades russas já alertaram que uma possível redução nesse suporte poderia ser desastrosa para Kiev.
Adicionando mais dramaticidade, há relatos sobre a presença de tropas norte-coreanas na Ucrânia, indicando um possível alinhamento entre Pyongyang e Moscou.
O agravamento do conflito repercute nos mercados globais. O preço do petróleo alcançou o maior patamar em duas semanas, refletindo as incertezas geopolíticas. No âmbito humanitário, milhões de pessoas foram deslocadas, e o número de vítimas civis continua a crescer, com a ONU reconhecendo que os dados oficiais podem estar subestimados.
A alteração na doutrina nuclear russa, permitindo respostas a agressões convencionais em seu território, eleva o temor de uma escalada sem precedentes. Enquanto isso, esforços diplomáticos enfrentam barreiras, e a paz parece uma meta distante.
A visita de Sergio Moro à Ucrânia adiciona curiosidade neste conflito. O senador critica abertamente o posicionamento de Lula, que é contrário à guerra, e não apoia nenhum dos lados.
Com Moro, o “Russo”, na Ucrânia, agora vai?
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Publicação de: Blog do Esmael