Jeferson Miola: Dados econômicos demolem os argumentos falaciosos de Roberto Campos Neto para manter juros altos
Dados econômicos desautorizam juros altos de Roberto Campos Neto
Por Jeferson Miola, em seu blog
Os dados econômicos que vêm sendo sucessivamente divulgados sobre emprego, inflação, dívida e crescimento do PIB brasileiro esvaziam o estoque de argumentos falaciosos usados pelo presidente bolsonarista do Banco Central para manter a taxa de juros na estratosfera.
Roberto Campos Neto é um sofista profissional. Ele é insuperável na arte de engambelar a sociedade enquanto executa uma política monetária nefasta, que propicia que centenas de bilhões do Tesouro Nacional sejam desviados de áreas essenciais para as finanças.
Ele usa critérios ilógicos para justificar a manutenção dos maiores ganhos reais do mundo na forma de pagamento de juros indecentes para o capital financeiro.
Quando o argumento sobre a inflação presente já não serve, Campos Neto então se abastece do argumento sobre a tendência da inflação para a próxima década ou, por que não, para o próximo século.
E, quando nenhum nem outro desses dois pretextos tem valia, então ele alega preocupação com o nível de comprometimento do PIB devido ao pagamento da dívida, que é agravado justamente pela política monetária executada pelo Banco Central presidido por ele.
A partir do momento em que esse argumento da dívida tampouco serve, Campos Neto então inventa outra firula qualquer para justificar a “necessidade” de manter os juros na estratosfera – isso quando não ameaça aumentá-los ainda mais.
Desse modo, num looping permanente alimentado por falácias que disfarçam a escolha política militante dele, de sabotar o governo por meio de terrorismo financeiro, Campos Neto vai mantendo os juros nesse nível obsceno com o aplauso dos neoliberais e ultraliberais parasitas do rentismo e dos tecnocratas picaretas do mercado.
Economistas sérios e honestos, de diferentes perspectivas ideológicas, criticam duramente o exagero da política monetária adotada pelo presidente bolsonarista do Banco Central, e alertam sobre os enormes prejuízos que tal política causa à economia e ao país.
Diante do desempenho real da economia, a manutenção de ganhos reais de 8% é um disparate absoluto. Os dados econômicos desautorizam a continuidade desta política ruinosa de juros altos.
Com seu terrorismo financeiro, Campos Neto materializa dois objetivos ao mesmo tempo.
Por um lado, assegura o aprofundamento da rapinagem e do roubo da renda nacional por meio da transferência, para indivíduos e grupos privados nacionais e estrangeiros, de bilhões do orçamento federal por meio do pagamento de juros e serviço da dívida.
E, por outro lado, ele também sabota a capacidade de gestão do governo ao qual faz oposição, pois reduz a disponibilidade orçamentária do Tesouro Nacional em decorrência do aumento do pagamento de despesas da dívida, que obriga à redução de recursos públicos que seriam canalizados para gastos e investimentos prioritários e para o desenvolvimento do país, para passarem às mãos de rentistas nacionais e estrangeiros.
Roberto Campos Neto não só perdeu todas as razões e argumentos para manter a política que defende, como perdeu a noção de limite.
Sem ser perguntado, o bolsonarista atrevido e sem-noção se arvorou o direito de opinar contra a proposta do presidente Lula de intensificar o comércio nos BRICS com moedas locais.
Campos Neto ainda continua ocupando o cargo devido à complacência do Senado, que não o defenestrou da presidência do Banco Central mesmo apresentando “comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central” [Lei Complementar 179/2021, da autonomia do BC].
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Publicação de: Viomundo