Velha mídia retoma discurso contra direitos dos trabalhadores

Não é de hoje que os barões da mídia brasileira se posicionam contra os direitos e garantias dos trabalhadores. Recentemente, no contexto da campanha pelo fim da jornada 6×1, os grandes veículos de comunicação voltam a argumentar que a redução da carga horária pode gerar impactos negativos na economia, especialmente num momento de recuperação pós-pandemia. Mais uma vez, somos confrontados com esse velho discurso que visa proteger interesses que não são os do povo.

É importante que o leitor tenha clareza sobre quem são esses porta-vozes. A velha mídia corporativa mantém relações intrínsecas com banqueiros e especuladores do mercado financeiro. Eles têm lado, e não é o do povo trabalhador.

Em momentos importantes para a classe operária, os donos da mídia sempre se colocaram contra os interesses dos trabalhadores. Um exemplo clássico é a luta pelo 13º salário no início da década de 1960. Na época, O Globo estampou em sua manchete que o benefício seria “desastroso” para o país. O que vimos foi o oposto: uma injeção de renda que impulsionou a economia e melhorou a vida de milhões de famílias brasileiras.

Neste cenário atual, a pergunta que não quer calar é: quem poderia imaginar que a mídia que foi contra o 13º salário agora se oporia ao fim da escala 6×1? A resposta é simples e está estampada nos interesses que esses veículos representam.

Os patrões resistem ao fim da escala 6×1 porque querem manter a maximização de seus lucros, mesmo que isso signifique submeter os trabalhadores a jornadas exaustivas. A velha mídia, cúmplice desse sistema, presta um desserviço ao povo ao disseminar argumentos falaciosos que buscam justificar a manutenção de condições laborais precárias.

Não podemos esquecer que essa mesma mídia propagou falsas promessas durante as reformas trabalhista e previdenciária. Em 2017, venderam a ideia de que a reforma trabalhista geraria 6 milhões de novos empregos. O resultado? O número de desempregados dobrou, chegando a 12 milhões. Na reforma da previdência, prometeram 10 milhões de empregos, mas o que vimos foi um aumento no número de idosos desamparados, transformados em pedintes e moradores de rua.

O sistema de propriedade cruzada entre mídia e bancos forma um consórcio que não hesita em sacrificar os direitos dos trabalhadores em prol de seus próprios interesses. É um conluio que alimenta a desigualdade e perpetua a injustiça social.

É hora de questionarmos esse discurso e de nos unirmos em defesa dos nossos direitos. A luta pelo fim da escala 6×1 não é apenas sobre jornadas de trabalho mais humanas; é sobre dignidade, respeito e reconhecimento do valor de cada trabalhador brasileiro.

A história nos mostra que conquistas importantes foram alcançadas através da resistência e da união. Não podemos permitir que os mesmos argumentos ultrapassados continuem a servir de obstáculos para o avanço dos direitos trabalhistas.

Que estejamos atentos e mobilizados para enfrentar os desafios que se apresentam. A voz do povo precisa ser ouvida acima dos interesses daqueles que veem o trabalhador apenas como um meio para aumentar seus lucros.

Destino Iguaçu

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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