Trump minimiza recessão e aposta alto em tarifas contra China

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, parece não se abalar com os alarmes soando em Wall Street. “Estamos indo muito bem com nossa POLÍTICA TARIFÁRIA”, disparou em sua rede Truth Social, mesmo com a economia americana dando sinais claros de que o trem da recessão pode já ter deixado a estação.

Enquanto a China contra-ataca com tarifas de até 125%, Trump segue com seu discurso confiante — quase eufórico — de que sua estratégia econômica está prestes a inaugurar uma “era de ouro”.

As tarifas impostas por Trump afetam dezenas de países e, especialmente, as exportações chinesas. De acordo com sua porta-voz Karoline Leavitt, “os telefones não param de tocar para fechar acordos”. Mas, nos bastidores, os dados contam outra história.

Os títulos do Tesouro americano estão sendo vendidos em ritmo acelerado — fenômeno típico de desconfiança dos investidores. O índice de confiança do consumidor, medido pela Universidade de Michigan, caiu 11%. E as expectativas de inflação bateram 6,7% ao ano, o maior patamar desde 1981.

A guerra tarifária de Trump virou um cabo de guerra global. Do lado americano, CEOs como Larry Fink (BlackRock) e Jamie Dimon (JPMorgan Chase) alertam que o país já está ou muito próximo de uma recessão.

Na China, o Ministério das Finanças classificou as tarifas de Trump como “intimidação e coerção unilaterais” — e garantiu que continuar respondendo é questão de honra econômica.

Empresas de tecnologia, como a Tesla de Elon Musk, já sofrem as consequências. Dois modelos deixaram de ser comercializados na China — um golpe estratégico no mercado que Trump jurava proteger.

“É UM ÓTIMO MOMENTO PARA COMPRAR!!!”, escreveu Trump horas antes de anunciar a suspensão temporária das tarifas para alguns países — menos para a China. A frase gerou reação imediata de senadores democratas, que exigem uma investigação sobre possível manipulação de mercado.

Senadores como Elizabeth Warren e Chuck Schumer questionam se houve uso de informação privilegiada para beneficiar aliados políticos e econômicos do presidente.

As práticas protecionistas de Trump lembram episódios da década de 1930, quando medidas semelhantes agravaram a Grande Depressão. Economistas alertam: o crescimento de 0,5% no Reino Unido em fevereiro, comemorado por aliados, pode ser um respiro curto diante do caos iminente nos fluxos globais de comércio.

Com o S&P 500 oscilando até 12% em quatro dias e os mercados em pânico, o cenário é instável. A promessa de Trump de “baixar os preços rapidamente” colide com os dados de inflação, que continuam subindo. A divisão política também escancara a polarização: enquanto republicanos mantêm otimismo, democratas veem a tempestade se aproximando.

Entenda o caso da guerra tarifária de Trump

O que é a guerra tarifária de Trump?

É uma política econômica baseada na imposição de tarifas elevadas sobre produtos importados, especialmente da China, para proteger a indústria americana.

As tarifas estão ajudando a economia dos EUA?

Apesar do discurso otimista do governo, indicadores econômicos mostram queda na confiança do consumidor, aumento da inflação e riscos de recessão.

Quais países estão sendo afetados?

Diversos países enfrentam tarifas americanas de 10% a 145%. A China é o principal alvo da estratégia de Trump.

A guerra tarifária pode causar recessão?

Sim. Economistas e CEOs alertam que a instabilidade e os altos custos podem desacelerar ainda mais a economia global.

Por que a Tesla parou vendas na China?

Por causa das tarifas impostas, que encareceram os modelos Model S e X importados dos EUA, tornando-os inviáveis no mercado chinês.

Trump joga alto. Muito alto. Mas o tabuleiro global é complexo. E, como todo jogador experiente de pôquer sabe, blefar demais pode custar caro.

Entre promessas de prosperidade e dados duros da realidade, a guerra tarifária entra em uma nova fase — onde os mercados já não compram tão fácil a retórica presidencial.

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Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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