Presidente Trump diz que não quer ver Musk “nem pitado de ouro”

Trump rompe com bilionário e ameaça cortar contratos e subsídios se ele apoiar adversários republicanos

Donald Trump disse com todas as letras: não quer mais saber de Elon Musk — “nem pintado de ouro”. A declaração, feita neste sábado (7.jun.2025) em entrevista à NBC News, escancarou o rompimento político mais explosivo da ultradireita americana desde que o bilionário aderiu à máquina de campanha republicana em 2024.

A irritação do presidente veio após Musk ter criticado duramente o novo projeto de lei doméstica aprovado pela Casa Branca. Em resposta, Trump ameaçou retaliações:

“Se ele começar a financiar candidatos contra os republicanos que votaram comigo, haverá consequências sérias.”

Bilionário arrependido? Apagões e recuos estratégicos

O estopim da crise foi uma sequência de publicações incendiárias de Musk nas redes sociais, que incluíram:

  • Acusações de que o governo estaria escondendo informações sobre Jeffrey Epstein para proteger Trump;
  • Ameaça de retirar a espaçonave Dragon do programa da NASA;
  • Críticas ferozes ao pacote legislativo, classificado por Musk como “abominação nojenta”.

As postagens foram apagadas em questão de horas. Mas o estrago político estava feito. Ao ser questionado sobre a possibilidade de cortar contratos federais com as empresas de Musk, Trump respondeu:

“Ele recebe muitos subsídios. Só consideraria [o corte] se fosse justo para o país. Mas, sim, vamos olhar isso com atenção.”

Imigração: Abrego Garcia e a revanche jurídica

No mesmo fim de semana, a administração Trump também anunciou a recaptura de Kilmar Armando Abrego Garcia, deportado ilegalmente meses atrás para El Salvador. O imigrante agora está detido no Tennessee sob novas acusações de tráfico humano, ligação com a gangue MS-13 e transporte de menores desacompanhados.

Segundo promotores, Garcia liderava uma rede que movimentava cerca de 50 imigrantes ilegais por mês. A acusação se baseia em depoimentos de cinco informantes e em registros de placas e celulares. A defesa afirma que a extradição foi forçada e promete acionar a Justiça.

Trem-bala em ruínas: Califórnia sofre novo golpe

Trump também decidiu cortar US$ 4 bilhões em subsídios ao polêmico projeto de trem-bala na Califórnia. O impacto é devastador: sem os recursos federais, o cronograma da obra entre Merced e Bakersfield pode atrasar mais de uma década.

O Departamento de Transportes justificou a medida alegando gestão deficiente, prazos não cumpridos e custos inflados. A Autoridade Ferroviária da Califórnia rebateu:

“Discordamos veementemente. O projeto avança e é essencial para o futuro sustentável do estado.”

Especialistas apontam que a decisão também tem carga política. A briga histórica entre Trump e o governador democrata Gavin Newsom reacende suspeitas de retaliação disfarçada de revisão técnica.

Outras frentes de impacto político

  • Casa Branca quer romper com Musk: contratos com SpaceX, Tesla e Starlink estão sob revisão após o racha público;
  • Família de Ashli Babbitt receberá US$ 4,9 milhões de indenização por sua morte no ataque ao Capitólio;
  • EUA e China retomam negociações econômicas em Londres nesta segunda (9.jun), em meio a tarifas e crise nos suprimentos minerais;
  • WorldPride em Washington ocorre sob censura simbólica: corte de verbas, censura a eventos LGBTQIA+ e vetos culturais promovidos pela gestão Trump;
  • Nova lei no Congresso tenta blindar o Serviço Nacional de Meteorologia, após demissões em massa e falhas na previsão de desastres climáticos.

Portanto, o conflito entre Trump e Musk escancara uma verdade incômoda: até mesmo bilionários não estão imunes ao autoritarismo quando desafiam o poder presidencial. A postura de Trump não é apenas revanchismo — é uma mensagem a futuros aliados: ou estão 100% comigo, ou contra mim.

Ao mesmo tempo, a administração intensifica uma agenda de repressão política, cortes orçamentários e ataque aos pilares institucionais, como infraestrutura, diversidade e liberdade de expressão.

A ruptura com Musk é sintoma de um governo em rota de colisão com o próprio ecossistema que o elegeu. O clima é de uma verdadeira Guerra Civil. E isso pode custar caro — à democracia, ao mercado e à imagem dos EUA no mundo.

Queremos ouvir sua opinião. O que você achou do rompimento? O bilionário virou inimigo do sistema que ajudou a erguer? Comente, compartilhe e participe do debate.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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