Derrite e Tarcísio são os culpados pela violência da PM paulista | Coluna da Gleisi Hoffmann

O Congresso está dedicando seu tempo para debater projetos relacionados à segurança pública. É uma oportunidade valiosa para que a sociedade brasileira reflita sobre questões como o combate ao crime organizado, o enfrentamento ao tráfico de drogas e, igualmente importante, a violência policial.

Os acontecimentos recentes envolvendo policiais em São Paulo são chocantes. Esses casos graves não representam toda a corporação, mas a sequência de violência evidencia problemas na condução da corporação que precisam ser tratados com seriedade e urgência.

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Entre os episódios mais alarmantes, cito a agressão a uma mulher de 63 anos, que não estava armada nem envolvida com tráfico, e o homicídio de um homem negro com tiros nas costas, após furtar um pacote de sabão, um crime que deveria ter sido tratado dentro dos limites legais. Numa cena trágica, um policial matou essa semana um jovem negro na frente da mãe, mesmo ela implorando pela vida dele.

Além disso, cenas de extrema violência, como a agressão de motociclistas por PMs e o homem que foi atirado de uma ponte, mostram uma preocupante falta de preparo e respeito à população. São exemplos que reforçam a necessidade de repensar a formação e as orientações recebidas pelos policiais.

Essa violência, para além de uma questão individual, é reflexo de uma orientação institucional. O atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, nomeado pelo ex-presidente Bolsonaro e mantido pelo governador Tarcísio, tem histórico de condutas truculentas.

É lamentável que a polícia enfrente esse tipo de exposição. Concordo plenamente com o fato de que a polícia enfrenta riscos diários e nem sempre tem remuneração adequada, mas isso não pode ser justificativa para violência. Nada justifica a brutalidade que temos testemunhado. As cenas são perturbadoras e trazem à tona uma reflexão dolorosa: como um pai ou uma mãe se sente ao ver um filho sendo alvo de violência policial? Todos nós, que temos filhos jovens, sabemos que eles podem errar, cometer deslizes. Mas isso não dá à polícia o direito de espancar, ferir ou, pior ainda, tirar suas vidas. O uso da força policial precisa ser proporcional e guiado pelo respeito à vida e à lei.

Nesse contexto, considero louvável a decisão do ministro Barroso de tornar obrigatório o uso de câmeras corporais por policiais militares em São Paulo. Essa medida é um passo importante para garantir mais transparência e responsabilidade nas ações policiais.

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Por fim, acredito que além de responsabilizar o policial que cometeu os atos de violência, também tem de responsabilizar o comando da PM, o secretário de Segurança e até o governador, pois é evidente que, se o policial age com tamanha brutalidade, isso decorre de uma orientação ou omissão. Quando a polícia age como se estivesse em guerra contra seu próprio povo, isso reflete uma falha estrutural que começa no topo da hierarquia. Portanto, os responsáveis pelo comando devem responder por casos de violência como esses.

A sociedade brasileira exige uma segurança pública que realmente proteja, respeite e sirva a todos, atuando sempre dentro dos limites da legalidade, sem cometer excessos ou abusos.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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