Copa do Mundo 2026: futebol sob tensão nos EUA, Canadá e México
Faltando um ano para a abertura da Copa do Mundo de 2026, o clima nos países-sede — Estados Unidos, Canadá e México — ainda é de incerteza. Se por um lado a promessa de um torneio expandido com 48 seleções e 104 jogos entusiasma o mercado, por outro, analistas temem o colapso logístico e o impacto das tensões políticas nos EUA sob Donald Trump.
Enquanto o Estádio Azteca, no México, remete à glória de Pelé e Maradona, em Los Angeles, o exército patrulha as ruas após novas ações migratórias do governo americano. É nesse contraste que se projeta o maior evento esportivo do planeta.
Um Mundial para poucos?
O jornalista Jack Lang, citado pelo NYT, lembra que o formato antigo era perfeito. Agora, com três países, preços dinâmicos, e jogos em cidades afastadas como Seattle e Monterrey, torcedores podem ser excluídos. Melanie Anzidei foi direta: “Será um sucesso comercial, mas será acessível?”.
Nos bastidores da FIFA, Gianni Infantino promete “o torneio mais inclusivo da história”, enquanto os protestos nos EUA colocam essa promessa à prova. A equação é cruel: quanto mais se expande, mais se concentra em quem pode pagar.
Riscos políticos e cansaço dos jogadores
A instabilidade institucional nos EUA assombra. Em meio a um clima pré-eleitoral inflamado por políticas anti-imigrantes, o receio de boicotes ou ataques xenófobos é real. Analistas como Paul Tenório apontam que a hostilidade interna pode afastar fãs da América Latina e África.
Outro ponto crítico é o estado físico dos atletas. Com calendários saturados e temperaturas elevadas em julho, a performance pode ser comprometida. A crítica se repete: será um espetáculo técnico ou apenas um produto bilionário?
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Brasil, EUA e Itália: quem precisa se preocupar?
A seleção brasileira, agora comandada por Carlo Ancelotti, ainda não inspira confiança. O NYT aponta que, mesmo com nomes como Vinicius Jr. e Endrick, o time parece mais promissor no papel que em campo.
Os Estados Unidos, anfitriões, vivem o que a imprensa local chamou de “pior momento desde o fiasco de 2018”. Já a Itália corre risco de ficar fora pela terceira vez consecutiva, mesmo com a ampliação do número de vagas.
Favoritos, azarões e o rosto do Mundial
Para os especialistas, Espanha, Argentina e França despontam como favoritas. O jovem Lamine Yamal pode ser o astro da vez. Outros nomes em ascensão são Jude Bellingham, Musiala e o brasileiro Vini Jr.
Entre os azarões, Canadá, Equador e Noruega — com Haaland — chamam atenção. Já Portugal, sem Ronaldo em campo, pode surpreender com uma campanha à la Argentina de 2022.
A pergunta que vale bilhões: quem leva a taça?
O painel internacional diverge. Alguns cravam a Espanha. Outros, como Crafton, apostam no Brasil com Ancelotti. O canadense Kloke ousa: “A Holanda pode conquistar seu primeiro título”.
Mais do que troféus, a grande disputa será por narrativas. Se os países-sede fracassarem, será a vitória do modelo excludente da FIFA. Mas, se houver brilho popular, talvez o futebol mostre que ainda é possível sonhar em meio ao caos.
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Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Publicação de: Blog do Esmael