Lula desafia Bolsonaro em 2026: “Vai perder outra vez”

Em entrevista a rádios mineiras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta (5) que derrotará Jair Bolsonaro (PL) novamente caso o ex-presidente tente retornar ao Planalto em 2026. A declaração acende o debate sobre o futuro político de Bolsonaro, atualmente inelegível após condenação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por disseminar desinformação eleitoral.

Selo Diamante

“Se a Justiça entender que ele pode concorrer, vai concorrer. Mas, se for comigo, vai perder outra vez”, disse Lula, em tom desafiador. A declaração também confirma que o presidente está disposto a buscar a reeleição e o quarto mandato.

Lula reforçou sua posição contra anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Citando investigações que apontam um suposto plano para assassiná-lo, o presidente foi taxativo:
“Quem articulou a morte do presidente, do vice e do ministro do TSE não merece absolvição”.

A fala reforça a polarização que persiste no cenário político, mesmo após dois anos das eleições mais acirradas da história recente.

Enquanto mira Bolsonaro, Lula enfrenta turbulências internas. A aliança com o PSD, partido-chave no Congresso, vive tensões. O presidente afirmou que o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) permanecerá no cargo, mas errou ao citar o Turismo como pasta do PSD — hoje sob controle da União Brasil.

A disputa por ministérios acirra rivalidades. O PSD tenta barrar a entrada de Arthur Lira (PP-AL) na Agricultura, atual reduto do partido. Já o União Brasil pressiona para manter Celso Sabino no Turismo e Juscelino Filho nas Comunicações.

Dados da pesquisa Quaest/Genial mostram que a reprovação ao governo superou a aprovação pela primeira vez: 49% contra 47%. Entre os motivos estão alta dos alimentos e crise do Pix.

Para reverter o cenário, o Palácio do Planalto trocou o comando da Secom. Sidônio Palmeira, novo secretário, promete combater fake news e ampliar a comunicação nas redes.

A indefinição sobre a reforma ministerial alimenta disputas. Partidos como PP e PSD brigam por espaço, enquanto nomes como Rodrigo Pacheco (PSD-MG) são cotados para entrar no governo.

No campo da esquerda também há tensões, pois cogita-se a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) no Ministério da Ciência e Tecnologia, hoje ocupado por Luciana Santos do PCdoB. O cargo também foi oferecido ao Centrão, que rejeitou por ser muito “acadêmico”. Por outro lado, os comunistas podem ficar com o Ministério das Mulheres, atualmente sob influência da primeira-dama Janja da Silva.

Além disso, outros ministros são alvo de especulações. Nísia Trindade (Saúde) enfrenta pressões internas, enquanto Alexandre Padilha (Relações Institucionais) é visto como possível substituto.

No tempo em que Lula mira Bolsonaro, a base governista tenta evitar rachas. A capacidade de articular aliados e conter insatisfações populares definirá não apenas os rumos da reforma ministerial, mas o palco para as eleições de 2026.

O desafio é claro: unir o discurso de enfrentamento ao bolsonarismo com a gestão de um Congresso fragmentado e uma população cansada de crises. A resposta virá nas urnas.

Dito isso, a declaração de Lula —“Vai perder outra vez”— reflete mais que uma provocação. É um recado à oposição e aos aliados: mesmo com dificuldades, ele se vê como protagonista em 2026. Enquanto isso, o governo corre contra o tempo para reconquistar apoio popular e estabilizar alianças. O próximo capítulo dessa história depende de como o Planalto equilibrará retórica e ação.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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