Valor baixo de diárias reduz adesão de policiais civis à Operação Verão no Rio Grande do Sul
A Operação Verão de 2022, que reforça serviços de órgãos e entidades do estado no litoral norte e sul durante a temporada de veraneio, teve adesão abaixo do esperado por parte de policiais civis. O motivo, segundo o sindicato dos agentes de polícia do RS (UGEIRM), é o valor das diárias pagas aos profissionais que participam da operação, que estão sem reajuste há mais de nove anos.
O sindicato afirma que o valor atual das diárias, R$ 122,99, não cobre nem mesmo as despesas com hospedagem. “Na prática, os policiais que participarão da Operação Verão terão que pagar para trabalhar. Se juntarmos a isso, o fato de ficarem um longo período afastado das suas famílias, exatamente no período de férias escolares, a participação na Operação se torna um sacrifício para os policiais”, diz a entidade.
:: Mobilização do funcionalismo avança, e mais de 160 auditores do trabalho já entregaram cargos ::
Para garantir o funcionamento da Operação, a administração está tendo que convocar policiais civis para completar o efetivo, situação que não acontecia há muito tempo. Em anos anteriores, havia até uma certa disputa para a participação na Operação Verão.
A UGEIRM ressalta que, além do baixo valor das diárias, muitas vezes elas não são pagas antecipadamente, como determina a legislação. O sindicato está orientando, para esses casos, que o policial se recuse a participar da Operação, até que seja efetuado o pagamento total das diárias.
“Situação precisa ser resolvida imediatamente”
O objetivo da Operação Verão, é garantir que o período de férias da população transcorra sem casos de violência, com as famílias podendo desfrutar do seu merecido descanso com toda segurança. O sindicato afirma que se os profissionais responsáveis por isso não têm nem mesmo a garantia que poderão arcar com as despesas decorrentes do seu trabalho, esse objetivo estará prejudicado.
O presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, alerta que “não podemos voltar a vivermos situações como as ocorridas em anos anteriores, quando policiais tiveram que dormir em escolas ou em salas de Delegacias, por não terem condições de arcar com as despesas mínimas de hospedagem. Essa situação precisa ser resolvida imediatamente”.
:: “Na prática, quem condena é o policial no momento da prisão”, diz Renato Freitas ::
A UGEIRM lembra que o governo experimentou, no ano de 2021, um recorde na arrecadação de impostos. “Não se justifica que continue fazendo economia às custas dos serviços prestados a quem paga esses impostos. O governo precisa dar um retorno dessa arrecadação aos contribuintes, no que é fundamental, como a segurança pública. Ao se negar a reajustar os valores das diárias, o governo do estado está colocando em risco o bem-estar de grande parte da população que se dirige ao litoral, para aproveitar as suas férias”, aponta a entidade.
* Com informações da UGEIRM
Publicação de: Brasil de Fato – Blog