UTI vira trincheira política de Bolsonaro

Mesmo em recuperação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mantém viva sua conexão com a militância — e com o jogo geopolítico da direita. Internado desde segunda-feira no Hospital DF Star, em Brasília, Bolsonaro permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sem previsão de alta.

Autismo ALEP

Segundo boletim médico desta sexta-feira (18), o ex-mandatário apresenta “boa evolução clínica”, sem dor ou complicações. A alimentação continua sendo feita por via parenteral, e ele segue em fisioterapia motora e respiratória.


Michelle assume o controle da narrativa

Enquanto Bolsonaro repousa, quem dita o ritmo da exposição pública é Michelle Bolsonaro. A ex-primeira-dama tem restringido visitas, coordenado vídeos e protegido o ex-presidente de conversas fora de controle.

Na quinta, foi ela quem apareceu ao lado do marido num vídeo de fisioterapia. Em cena, Bolsonaro surge com cinta abdominal, reforçando a imagem de um guerreiro em recuperação.

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Ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro dita a narrativa da UTI. Foto: reprodução/RRSS

A diplomacia bolsonarista entra em cena

Nas redes sociais, Bolsonaro agradeceu a solidariedade recebida de “ex-presidentes de países aliados”, “ministros das Relações Exteriores” e parlamentares dos EUA e da Europa. Não deu nomes — mas deixou no ar o recado: a direita internacional está com ele.

É uma forma de reposicionar-se no xadrez global após a inelegibilidade e os processos no STF por tentativa de golpe. Uma internação pode ser vista como fraqueza, mas também como oportunidade de gerar empatia e mostrar que, mesmo acuado, Bolsonaro segue com respaldo.

Da facada à internação: o corpo como palco

Esta já é a sexta cirurgia desde a facada em 2018. O próprio Bolsonaro classificou o novo procedimento como o mais invasivo que já enfrentou.

Mais do que um quadro clínico, a internação reabre a discussão sobre como o corpo do ex-presidente virou símbolo político. Desde 2018, cada agulhada, cada exame, cada cicatriz vira combustível para narrativas de martírio, resistência e quase-milagre.

Volta por cima ou ocaso político?

Apesar da melhora, não há prazo para alta. As recomendações médicas continuam rígidas: nada de visitas, nada de entrevistas, nada de movimentações intensas.

Mas a pergunta que ronda Brasília é: Bolsonaro voltará do hospital mais forte — ou ainda mais isolado? A direita raiz está órfã de líer em 2026. A UTI, nesse contexto, pode funcionar como incubadora de uma nova fase… ou como símbolo do fim.

O que o povo quer saber

Bolsonaro está em estado grave?

Não. Segundo o boletim, ele tem boa evolução clínica, sem dores nem complicações.

Por que Bolsonaro está na UTI?

Ele passou por cirurgia abdominal invasiva e segue em observação intensiva.

Bolsonaro pode receber visitas?

Não. Apenas familiares e equipe médica têm acesso, por recomendação hospitalar.

Ele já teve alta da cirurgia?

Sim, mas ainda se recupera e permanece na UTI, em jejum e com nutrição especial.

Qual foi a última vez que ele falou com o público?

Na quinta, Bolsonaro publicou vídeo fazendo fisioterapia e agradecendo os apoiadores.

Bolsonaro está inelegível?

Sim, até 2030. Ele não poderá candidatar-se à Presidência da República nas eleições de 2026.

O ex-presidente pode ser preso?

Bolsonaro poder ir para cadeira, sim, caso ele seja condenado pelo STF, onde é réu pela tentativa de golpe de Estado.

Internado, mas ainda no jogo

O corpo repousa, mas a política não para. Bolsonaro pode estar longe dos palanques, mas segue vivo nas redes, nas articulações internacionais e, sobretudo, no imaginário da base bolsonarista.

Do leito da UTI, ele envia sinais: não baixou a guarda — só trocou o campo de batalha.

Deixe seu comentário: Bolsonaro está se fortalecendo politicamente ou vivendo seus últimos momentos de influência?

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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