Ignacio Ramonet: As eleições venezuelanas são o acontecimento mais importante do mundo neste momento
Ramonet: As eleições presidenciais venezuelanas são o acontecimento mais importante do mundo neste momento
TeleSUR
Caracas, 28 de julho – Na opinião do intelectual, pensador e jornalista Ignacio Ramonet, as eleições presidenciais na Venezuela são o acontecimento mais importante do mundo neste momento.
“Antes de chegar aqui, estava a navegar na Internet em vários países e línguas para ver o que os jornais estavam a falar, os sites dos principais jornais do mundo. A primeira notícia é a Venezuela”, disse ele no sinal de notícias multiplataforma da TeleSUR.
Num diálogo com os jornalistas Luis Guillermo García e Marcela Heredia, no programa especial Venezuela Decide 2024, Ramonet explicou que começaria por dizer – de uma forma um pouco paradoxal – que estas eleições são históricas porque já se realizaram.
“Estas eleições já se realizaram. É uma primeira vitória do Presidente Maduro nesta matéria. O Presidente Maduro queria que as eleições se realizassem. Conseguiu, através de acordos, através de negociações, que a parte mais radical, mais violenta da oposição, mais tentada por soluções extraparlamentares, se integrasse às eleições, participasse das eleições”.
Ignacio Ramonet salientou ainda que 10 forças políticas participaram nas eleições presidenciais venezuelanas, com diferentes abordagens, numa jornada eleitoral que decorreu em paz, e que isso deveria permitir uma pacificação da vida política na Venezuela.
“Talvez, definitivamente, sempre foi desejado, o presidente sempre quis obtê-la. Veremos quando os resultados forem anunciados. O presidente declarou hoje mesmo, mais uma vez, que qualquer que seja o resultado, ele o aceitará e fará o que for preciso para que todos o aceitem em paz e que ele também quer que todos os partidos tenham a mesma posição”.
O fato de algumas forças que foram violentas durante 25 anos, que tentaram derrubar o chavismo através da violência, aceitarem que aqui na Venezuela existe uma democracia e que o debate se realiza nas urnas, como vimos hoje”, permitiria avançar no sentido da institucionalização política.
“Gostaria de acrescentar mais um elemento, se me permitem, é que estas eleições também estão a ser observadas por instituições inquestionáveis, como o Centro Carter, como os observadores da ONU, como observadores que vieram de instituições latino-americanas muito sérias”, o que, segundo a análise do intelectual espanhol, acrescenta ao dia das eleições presidenciais da Venezuela as características fiáveis de uma democracia em funcionamento.
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Publicação de: Viomundo