Fórum Social Mundial faz 1 minuto de silêncio pelos 9 palestinos assassinados por Israel; notas da Fepal e do Itamaraty
Da Redação
Na quinta-feira, 26/01, as forças policiais de ocupação de Israel invadiram o campo de refugiados na cidade de Jenin, na Cisjordânia.
Resultado: nove palestinos civis mortos, entre as quais uma idosa, mais de 20 feridos, alguns em estado grave, além de destruição e muito terror à toda a população local.
“Uma reprise do Massacre de Jenin de 2002, quando o mesmo campo de refugiados foi cercado e todos os seus moradores ficaram dias sem socorro médico, água, comida, eletricidade nem recolhimento dos mais de 200 espalhados pelas ruas”, afirma a Fepal — Federação Árabe Palestina do Brasil, em nota divulgada na própria quinta-feira
“Netanyahu aplica em Jenin o plano de uma Palestina sem palestinos”, denuncia a nota da Fepal (na íntegra, abaixo)
O governo do Brasil, por meio do Ministério de Relações Exteriores, expressou ”condolências aos familiares das vítimas e sua solidariedade ao povo e ao governo da Palestina”‘
Em nota (na íntegra, ao final), o Itamaraty disse que ”o Brasil acompanha com grande preocupação a crescente tensão entre forças israelenses e civis na Cisjordânia, que causaram centenas de mortes em 2022”.
Nessa sexta-feira, 27/01, o Fórum Social Mundial 2023 (FSM) fez um minuto de silêncio pelos palestinos assassinados por Israel no campo de Jenin.
Foi a pedido da vice-presidenta da Fepal, Fátima Ali, que participou da mesa “Por um Brasil feminista e antirracista”.
Militante histórica do movimento palestino no Brasil, Fátima Ali, representando a Fepal, integra a organização do FSM 2023, que termina neste sábado em Porto Alegre (RS).
“Nenhum povo passou e passa por aquilo que passamos”, observou.
Sobre o surgimento de extremistas no Brasil, Fátima Ali destacou que o fenômeno não é algo isolado.
Segundo ela, a ocupação israelense da Palestina é parte deste mesmo extremismo. Recordou que “as mulheres palestinas resistem há mais de 70 anos àquilo que há de mais cruel na história da humanidade”.
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Netanyahu aplica em Jenin o plano de uma PALESTINA SEM PALESTINOS
Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil)
Ação genocida das forças de ocupação de Israel fizeram hoje, no campo de refugiados de Jenin, na cidade palestina de mesmo nome, na Cisjordânia ocupada, nove mortos, uma anciã dentre eles, mais de 20 feridos, quatro em estado grave, demolições.
Uma reprise do Massacre de Jenin de 2002, quando o mesmo campo de refugiados foi cercado de 3 a 11 de abril, sem direito a socorro médico, água, comida ou eletricidade, nem ao recolhimento dos mais de 200 cadáveres espalhados por suas ruas. Seria apenas mais um crime de guerra de Israel na Palestina.
Ainda que isso seja a identidade real de Israel e de seu projeto colonial, de limpeza étnica, realizado por um regime de apartheid, estamos diante de um aviso de Netanyahu e de seu gabinete, que conseguiu a façanha de ser considerado o mais extremista da história israelense. É como se na Alemanha houvesse gabinete superando o de Hitler.
Em Israel, desde seu nascedouro sobre os escombros e cadáveres palestinos, nenhum de seus dirigentes é melhor ou pior quando o assunto é a limpeza étnica na Palestina.
O processo foi iniciado pela “esquerda” israelense, com sua “direita” também o executando, até que esta chega ao poder, em 1977. De lá para cá, nada mudou para o povo palestino no farsesco revezamento no poder entre estes dois polos do projeto colonial sionista.
Entretanto, Netanyahu, auxiliado pelo que há de pior na humanidade, como Itamar Ben-Gvir (ministro da Segurança Pública, do partido fascista Poder Judeu) e Bezalel Smotrich (Sionismo Religioso, partido que pede a eliminação dos palestinos), radicaliza o processo em busca de uma SOLUÇÃO FINAL para a Questão Palestina, conforme preconizado desde o início da empreitada euro-judaica na Palestina.
Não por acaso, o pai de Netanyahu, Benzion Netanyahu, foi secretário particular de Vladimir Jabotinsky (1880-1940), que fundou, sucessivamente, a Legião Judaica e o Irgun (grupo terrorista executor da limpeza étnica palestina) e liderou os chamados “sionistas revisionistas”, que defendiam aberta e publicamente uma Palestina sem palestinos e apenas para judeus.
Mais do que isso: Jabotinsky foi o arquiteto de aliança sionista (1921) com os “nacionalistas integristas” ucranianos, que defendiam as mortes de russos e, paradoxalmente, de “judeus” em toda a Ucrânia.
Alguns dos grandes arquitetos dos crimes na Palestina, como Menahem Begin e Ariel Sharon (ordenou o massacre em Jenin em 2002), eram “sionistas revisionistas” e Israel hoje volta a ser governada por um deles, Benjamin Netanyahu, líder dos dois milhões de israelenses que, estima-se, sejam seguidores de Jabotinski e de suas ideias fascistas.
Os massacres em Jenin, portanto, em 2002 e agora, não resultam de acontecimentos isolados, mas integram um meticuloso processo de limpeza étnica integral e tomada de toda a Palestina, defendido pela ala mais radical e fascista do sionismo, hoje novamente no poder em Israel e aplicando seu projeto original, o de uma PALESTINA SEM PALESTINOS.
Mas podemos assegurar, por outro lado, que tal qual a tomada da Palestina em 1947/49 e o esvaziamento de seu povo fracassou, seja pela heresia do projeto fascista dos sionistas, seja pela resistência heroica do povo palestino, a atual escalada com o mesmo fim seguirá o mesmo caminho, até a libertação final da Palestina e o fim do obsceno regime de apartheid de Israel.
Por fim, a Comunidade internacional precisa assumir suas responsabilidades e parar Israel e sua máquina de morte.
A impunidade de Israel poderá levar a humanidade a nova conflagração mundial, reprisando o que os fascistas de ontem, porque tolerados, impuseram. Os sionistas de hoje são seus filhos e na Palestina NÃO PASSARÃO!
Palestina Livre a partir do Brasil, 26 de janeiro de 2023, 75º ano da Nakba.
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Ministério das Relações Exteriores – Nota à imprensa
Morte de cidadãos palestinos durante incursão das Forças de Defesa de Israel à cidade de Jenin, na Cisjordânia
O governo brasileiro tomou conhecimento, com pesar, da morte de nove cidadãos palestinos pelas Forças de Segurança de Israel, durante incursão realizada hoje em campo de refugiados na cidade de Jenin, na Cisjordânia.
O governo brasileiro expressa condolências aos familiares das vítimas e manifesta sua solidariedade ao povo e ao governo da Palestina.
O Brasil acompanha com grande preocupação a crescente tensão entre forças israelenses e civis na Cisjordânia, que causaram centenas de mortes em 2022.
O Brasil reitera o seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz, em segurança e dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas.
Com esse propósito, o governo brasileiro exorta ambas as partes a se absterem de ações que afetem a confiança mútua necessária à retomada urgente do diálogo com vistas a uma solução negociada do conflito.
26/01/2023
Publicação de: Viomundo