Filme registra impactos do rompimento de barragem na vida de ribeirinhos do São Francisco

“Se eu aguentar esperar até lá…” Com essa frase, Getúlio, morador de Silga, comunidade de Três Marias (MG), demonstra o misto de tristeza e expectativa de que sua vida volte a ser como antes do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho.

A história dele é retratada no minidocumentário “Depois da represa tem um rio”, produzido pelo Instituto Guaicuy. Silga, assim como outras comunidades, vive até hoje os impactos de um dos maiores crimes socioambientais do mundo, ocorrido em janeiro de 2019. 

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Ribeirinho do Rio São Francisco, Getúlio conta que ele e outros vizinhos viviam da pesca e do turismo na região. Porém, três anos após o rompimento, não há mais peixes no rio e nem quem os comprem.

“Pescador que não passou fome foi um milagre de Deus. Porque não tinha outro meio de ganhar dinheiro”, reforça Milton, morador de Ilha da Merenda, outra comunidade atingida.

No filme, moradores relatam que, mesmo com a perda de renda, poluição do rio e alterações drásticas no seu modo de vida, não houve reparação por parte da empresa Vale, responsável pelo rompimento da barragem. Ainda que tenham sido reconhecidos como “atingidos” pelo crime, eles afirmam que são tratados como “invisíveis”. 

“Quando a gente está em uma luta vemos que somos invisíveis. É bem desanimador. Eu sempre falo para as meninas não desistiram, para a gente correr atrás, porque é um direito nosso”, relata Fernanda, moradora da comunidade de Silga.

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Mesmo diante desse cenário, a obra de nove minutos mostra que os ribeirinhos do Rio São Francisco ainda sonham em voltar a ver o rio saudável e almejam a melhor sua qualidade de vida. “E a gente vai continuando. E assim vai, uma dando força para a outra”, conclui Fernanda. 

Assista aqui:

 

Publicação de: Brasil de Fato – Blog

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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