VÍDEO: Sentimentos da era da catástrofe, por Cunca Bocayuva

Todos os desenhos mostrados no vídeo desta postagem são do professor Pedro Cláudio Cunca Bocayuva, da UFRJ. Fotos: Reproduções do gif

2023: Sentimentos da era da catástrofe

Por Pedro Cláudio Cunca Bocayuva*

Vez por outra sou inquerido com esta curiosidade:

— Como nascem os teus desenhos?

Costumo me precipitar e converso com o que me interessa e me toca.

Tomo as linhas que traço para formar as imagens, os diagramas e os mapas que expressam sentimentos, afetos e paixões que traduzem o que sinto para apoiar o que consigo compreender.

O desenho é como suporte para uma escrita que liga corpo/território/subjetividade na contemporaneidade.

Nas telas, esboço elementos não verbais para um tipo de diálogo de quem tem uma sede de aproximação com cada pessoa que cria, como uma forma equivalente ao pensar em movimento.

Desenhar, compor, combinar e colar desvelam a parte extrema, os fragmentos e os resíduos do que somos ou do que conseguimos ver do como e do onde estamos.

Desenhar serve para conectar esteticamente a dimensão ética do agir sobre o tempo e o espaço em que vivemos.

Sou um comentarista apressado, vivo de traços e colagens, tentando me situar agarrado nas cordas que vibram sobre o precipício nas nervuras do real.

*Pedro Cláudio Cunca Bocayuva é professor do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH) e coordenador Laboratório do Direito Humano à Cidade e Território (LDCT) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Publicação de: Viomundo

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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