Superfederação PP-União ameaça candidatura de Sergio Moro no Paraná
A formação da superfederação entre PP e União Brasil embaralhou o tabuleiro político no Paraná — e colocou Sergio Moro em rota de colisão direta com o clã Barros.
O ex-juiz da Lava Jato, que sonha com o Palácio Iguaçu em 2026, agora precisa vencer uma batalha interna dura para garantir sua candidatura. A nova aliança partidária não é só um acordo: é uma guerra fria por poder, influência e sobrevivência eleitoral.
Ricardo Barros articula cerco a Moro nos bastidores
Por trás dos holofotes, Ricardo Barros, presidente estadual do PP e mestre das articulações, tece sua teia. O veterano político articula para que a federação no Paraná fique sob seu comando — rifando Sergio Moro do protagonismo.
Nos bastidores, Barros já montou seu “time de elite”, com nomes de peso como Cida Borghetti (ex-governadora e sua esposa) e Mabel Canto (deputada por Ponta Grossa), além do reforço do federal Vermelho, que rompeu com o PL.
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Disputa pelo comando da federação define o futuro político
O novo arranjo traz um desafio estratégico para Moro: a superfederação adota um sistema de comando rotativo — mas, na prática, quem controla a máquina partidária no estado comanda também o destino dos candidatos.
Ricardo Barros e aliados querem usar a federação para lançar Cida Borghetti ao governo do Paraná e Pedro Lupion ao Senado, reduzindo Moro à condição de “visitante” no próprio partido.
Enquanto isso, Felipe Francischini (União Brasil), que controlava a sigla até agora, também perde espaço — embora ainda tente resistir.
As cartas na mesa: quem tem mais força?

Ricardo Barros: máquina partidária, capilaridade no interior, apoio do PP nacional.
Sergio Moro: popularidade nacional e discurso anticorrupção, mas pouca base estadual.
Cida Borghetti: nome já colocado nas pesquisas e aval da direção nacional do PP.
No Paraná, pragmatismo e estrutura partidária costumam pesar mais do que nomes estrelados. A luta será desigual se Moro não se adaptar rápido ao novo jogo.
União Progressista: maior federação do país, com 4 ministérios no governo Lula
A União Progressista — nome oficial da superfederação entre PP e União Brasil — nasce como a maior força partidária do Brasil em número de prefeituras, deputados federais, senadores e recursos públicos.
Confira os números da nova superfederação:
- 109 deputados federais – maior bancada da Câmara, superando o PL de Bolsonaro
- 14 senadores – empatada com as maiores bancadas no Senado (PL e PSD)
- 1.389 prefeitos – ultrapassando o PSD, que tinha 889 prefeituras
- 6 governadores – liderança nacional em número de chefes de Executivos estaduais
- R$ 953,8 milhões em fundo eleitoral (2024)
- R$ 197,6 milhões em fundo partidário (2024)
Apesar do discurso oposicionista no lançamento, a superfederação ocupa quatro ministérios estratégicos no governo Lula:
Ministérios controlados pela União Progressista:
- Turismo – Celso Sabino (União Brasil)
- Esportes – André Fufuca (PP)
- Comunicações – Juscelino Filho (União Brasil, cota de Davi Alcolumbre)
- Desenvolvimento Regional – Waldez Góes (União Brasil, também ligado a Alcolumbre)
Além disso, o PP controla a presidência da Caixa Econômica Federal, outra peça-chave no tabuleiro político e orçamentário do governo.
Essa dualidade — estar no centro do poder e ao mesmo tempo manter um discurso de oposição — mostra que a nova federação jogará com as duas mãos nas eleições de 2026: com um pé dentro e outro também dentro do Palácio do Planalto.
Ou seja, o DNA do União Progressista é góvernista. Aliás, poderia adotar o lema “se hay gobierno, soy a favor!”
Tudo sobre a disputa na superfederação PP-União
Sergio Moro poderá ser candidato ao governo do Paraná?
Depende. Terá que vencer a guerra interna na superfederação PP-União, dominada hoje pelo grupo de Ricardo Barros.
Cida Borghetti tem apoio da direção nacional?
Sim. Ela já foi autorizada pelo PP nacional a aparecer nas pesquisas como pré-candidata ao governo estadual.
O que está em jogo para Moro?
Além da candidatura, o controle partidário e o acesso aos recursos de campanha no Paraná.
Qual é a estratégia dos Barros?
Fortalecer o PP dentro da federação e isolar Moro politicamente até inviabilizar sua candidatura.
Moro ainda pode reverter o cenário?
Sim, mas terá que abandonar o discurso de outsider e fazer política real: negociar, articular e construir alianças.
Moro na parede, Barros no comando
A formação da superfederação PP-União Brasil marca um divisor de águas na política paranaense. Para Sergio Moro, a situação é de alerta máximo: sem base, sem controle partidário e cercado por adversários experientes, seu sonho de governar o Paraná fica cada vez mais distante.
Se não descer do pedestal e aprender a jogar a política do “mundo real”, o ex-juiz pode terminar como apenas mais um nome no rodapé da história.
E você, acha que Moro vai resistir ou será engolido pela máquina partidária? Comente e compartilhe!

Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Publicação de: Blog do Esmael