Pré-candidato ao governo do Paraná, Requião reúne-se com centrais sindicais e lança carta de compromissos com os trabalhadores; íntegra

Requião une centrais sindicais em encontro histórico

Evento na sede histórica da Sociedade 13 de Maio, em Curitiba, demonstrou engajamento histórico de lideranças com a campanha de 2022

Por Revérbero

O pré-candidato ao governo do Paraná, Roberto Requião, foi recebido na manhã desta quarta-feira (09) por dezenas de sindicalistas e lideranças políticas, na sede histórica da Sociedade 13 de Maio, em Curitiba.

O encontro serviu para firmar um compromisso definitivo com partidos, movimentos sindicais, entidades de classe e apoiadores para as eleições de 2022.

Na abertura, Requião leu uma prévia do documento que será, em alguns dias, redigido e assinado por todos os pré-candidatos, na intenção de selar propostas factíveis a serem perseguidas pelo grupo.

“Espero que todos os sindicalistas e candidatos se unam e assinem este documento. Deve ter a adesão de todos, para que possamos retomar a esperança de alcançar a mudança que todos desejamos. Queremos com isso renovar o compromisso com os trabalhadores paranaenses, de forma a garantir políticas públicas que coloquem fim a tempos tão tenebrosos, de precarização do trabalho, de privatizações, de Estado mínimo para o povo, de farra com o dinheiro público para amigos do Governador, e com benesses apenas para o mercado estrangeiro”, destacou.

Requião acredita que é possível retomar o comando do Paraná com um plano de governo que restabeleça a dignidade do cidadão paranaense, devolvendo direitos ao funcionalismo público, que cuide dos trabalhadores, que esteja aberto ao diálogo, que retome programas sociais, de incentivo ao pequeno agricultor, micro e pequenos empresários, preservação do meio ambiente, vida digna às famílias do campo, e que a alegria volte às salas de aula, com professores respeitados, qualificados e bem remunerados.

Seguiu destacando a necessidade de se firmar um compromisso com a saúde e a segurança pública.

“Guerreiros do povo brasileiro são vocês. Eu serei apenas um instrumento desse movimento para representá-los”, concluiu.

As centrais sindicais receberam o documento (na íntegra, ao final) e, junto com os representantes dos partidos PT, PCdoB, PV, PDT, PSOL e Rede, se comprometeram a definir a versão final do texto, para uma apresentação pública e definitiva, o que já deve ocorrer nas próximas semanas.

Márcio Kieller, CUT

“Precisamos retomar os direitos da classe trabalhadora. Queremos respeito, diálogo e a construção de políticas públicas que defendam os trabalhadores. Queremos ser ouvidos”.

Sérgio Butka, Sindicato dos Metalúrgicos

“Precisamos assumir um compromisso que defenda os interesses do povo e buscar os nossos objetivos comuns com esse documento. Queremos resgatar o espaço que tínhamos e defender a classe trabalhadora”.

Alexandre Hungaro, CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil)

“Precisamos de você, Requião. O seu trabalho unifica o bastão e você é reconhecido por todo Paraná. Queremos ter um projeto de futuro que atenda a todas as nossas demandas e formar um grande movimento para mudar nosso estado, nosso país”.

Maria Andréia Dias, Intersindical

“Os projetos dos últimos governos, foram de desmonte do serviço público, da educação, de perdas salariais, de perda de autonomia, do pensamento crítico dos alunos, e até da terceirização dos funcionários de escola. Agradecemos muito esse espaço de diálogo com o Requião, porque ele tão bem unifica todas essas nossas lutas, em defesa da retomada da autonomia do serviço público”.

Arilson Chiorato, presidente do PT Paraná, deputado estadual e líder da Oposição na ALEP

“Nós temos o privilégio de ter aqui um representante que fala o que pensa, que une partidos políticos diferentes, centrais sindicais, e assume o compromisso com coragem na defesa de todos nós. Estamos juntos nessa empreitada, Requião, para devolver o Paraná ao povo e defender a classe trabalhadora. Nunca conseguimos tanta unidade em torno de um programa para salvar o Paraná”.

Elton Barz, PCdoB

“Precisamos fortalecer essa unidade da classe trabalhadora e começamos bem. Temos aqui, diante de nós, uma pessoa que já foi governador e que se preocupa com o povo. É disso que precisamos, mudar a vida das pessoas, e vamos construir isso de novo!”

Elza Campos, dirigente do PCdoB

“É com muita alegria e esperança que fazemos parte desse conjunto que luta pela liberdade e pelas mudanças que o Paraná precisa. Nossa sugestão para esta carta que contemple também políticas para mulheres. Precisamos reestabelecer a alegria de viver, retomar as perspectivas de desenvolvimento no nosso país, e nosso movimento de mulheres vai contribuir com propostas para isso.”

Requião Filho, deputado estadual

“O nome de um partido, nesse momento, é o que menos importa. Precisamos deixar essas diferenças de lado e que todos entrem de cabeça nessa campanha, em torno de um objetivo. Teremos uma eleição difícil contra o dono da mídia paranaense e, por isso precisamos de todo empenho possível, para promover nossas ideias, colocar os nomes dessa frente nas redes sociais, mais do que nossas siglas. Hoje nosso maior desafio para poder defender o povo paranaense é superar a censura que temos na mídia. Essa é uma batalha que sim, ela pode ser vencida”.

Professor Mocellin, PV

“Nossa luta é contra a retirada de direitos dos trabalhadores, contra o neoliberalismo, que tem provocado a maior degradação ambiental do planeta. Fico feliz com esse sentimento de união que retoma em nós a esperança, porque congrega pessoas que muitas vezes divergem em suas siglas políticas, mas que estão juntos neste momento por uma causa maior. Precisamos de um governo voltado às classes populares e as questões ambientais”.

Nelton Friedrich, PDT

“No passado tivemos a maior crise da humanidade, e tivemos um momento saímos de um estado agrário para um estado industrial. O Brasil suportou tudo isso e se transformou. Conquistas que agora esbarram no neoliberalismo que valoriza exclusivamente o capital, que não gera emprego, não gera renda. Precisamos reinaugurar o campo progressista, que esta seja a transição para uma era mais inclusiva, produtiva, com a garantia de participação dos trabalhadores em todas as decisões do governo. Chamo este momento de democracia de alta intensidade, é disso que estamos precisando. Com união para transformar. Este movimento que estamos fazendo representa um elo, que reúne todas as forças do Paraná que anseiam por mudanças. Estamos, sim, vivendo um momento histórico e precisamos estar comprometidos com ele”.

João Luiz, PSOL

“Não podemos brincar com a história. Estamos nessa luta, pelo resgate dos direitos do povo”.

Rosangela Gonçalves de Oliveira, Sindiedutec

“O apoio a educação, neste momento, é fundamental. Estou emocionada pela união de todos os movimentos, pensando no trabalhador”.

Diego Carvalho, Unegro

“Requião foi o único governador que implantou politicas públicas para a juventude. Temos agora a esperança de que, com ele novamente, poderemos ter um governo que converse conosco, que pense em políticas estratégicas para salvar o Paraná. Estamos com Requião e onde ele chamar nós iremos, movidos por esta ideologia que tem dentro de nós, não pela sopa de letrinhas das siglas. A juventude vai afrontar com coragem, dignidade e justiça”.

Com informações da assessoria

Foto: Eduardo Matysiak

ÍNTEGRA DA CARTA DE REQUIÃO AOS TRABALHADORES

O ex-senador Roberto Requião (sem partido), pré-candidato ao governo do Paraná, divulgou nesta quarta-feira,09-03, uma carta de intenções para os trabalhadores.

“Poucas vezes os trabalhadores foram tão diminuídos e lesados quanto hoje, aqui e nacionalmente”, observa Requião na carta.

“Lá e cá, não só prevalecem como se impõem impiedosamente os interesses multinacionais, a lógica maldita do capital financeiro e da globalização imperial”, afirma.

“Para o povo, tarifas abusivas de água e luz, para os sócios privados da Copel e da Sanepar ganhos exorbitantes”, compara.

“Altos impostos para as empresas locais e isenções generosas, e secretas, para as empresas estrangeiras”, prossegue.

“Estrangulamento salarial para professores, policiais e servidores em geral, e farra com o dinheiro público para os amigos do Júnior e as empresas do pai”, acrescenta.

Requião defende que a única saída para reverter essa realidade é a unidade dos trabalhadores e das centrais e sindicatos que os representam.

“Todos juntos, sem nenhuma falha, seremos capazes de por um fim em um tempo tão tenebroso”, sustenta.

Abaixo, a íntegra da carta de Requião aos trabalhadores do Paraná.

Companheiros trabalhadores!

Firmo esta Carta para renovar e radicalizar os meus compromissos com os trabalhadores paranaenses.

Poucas vezes os trabalhadores foram tão diminuídos e lesados quanto hoje, aqui e nacionalmente. Lá e cá, não só prevalecem como se impõem impiedosamente os interesses multinacionais, a lógica maldita do capital financeiro e da globalização imperial.

As políticas de exclusão, de supressão de direitos trabalhistas e previdenciários, de aperto salarial, de desemprego e precarização do trabalho tem em Bolsonaro e Ratinho sequazes obedientes e fanáticos.

O Estado tornou-se espaço privilegiado para negócios e negociatas, com as privatizações, concessões e benesses. As tais reformas fazem o Estado mínimo para o povo, mas o máximo para o capital.

Para o povo, tarifas abusivas de água e luz, para os sócios privados da Copel e da Sanepar ganhos exorbitantes; altos impostos para as empresas locais e isenções generosas, e secretas, para as empresas estrangeiras; estrangulamento salarial para professores, policiais e servidores em geral, e farra com o dinheiro público para os amigos do Júnior e as empresas do pai.

A única saída para reverter essa realidade é a unidade dos trabalhadores e das Centrais e Sindicatos que os representam. Todos juntos, sem nenhuma falha, seremos capazes de por um fim em um tempo tão tenebroso.

Requião propõe congelamento e água e luz em carta a trabalhadores. Foto: Eduardo Matysiak @edumatysiakfoto
Requião propõe congelamento e água e luz em carta a trabalhadores. Foto: Eduardo Matysiak @edumatysiakfoto
Juntos, vamos elaborar -e depois praticar- um Programa de Governo que restitua o Estado às suas funções vitais:

*que restabeleça o respeito e a dignidade do trabalho;

*que recomponha as perdas salariais e previdenciárias do funcionalismo público estadual;

*que restabeleça a política do Salário-Mínimo Regional, com aumentos reais e sempre o mais alto do país;

* que congele as tarifas de água e luz;

* que os programas Tarifa Social da Água;

* que cobrava menos pela água e saneamento fornecidos às famílias dos trabalhadores, e Luz Fraterna;

*que não cobrava a energia elétrica dos mais pobres sejam restabelecidos e ampliados;

* que reduza os impostos da pequena empresa e zere os impostos da microempresa; vamos trocar imposto por emprego: quanto mais empregos a empresa gerar, menos impostos vai pagar;

* que não dê às empresas estrangeiras nenhuma vantagem que não possa ser igualmente concedida às empresas paranaenses, e tudo às claras;

*que beneficie de novo a pequena agricultura com programas que aumentem a produção de alimentos e deem uma vida digna às famílias rurais;

* que retome as políticas de proteção e preservação do meio ambiente;

*que faça com que o ensino público paranaense volte a ser o melhor do país;

* que a alegria retorne às salas de aulas, com professores respeitados, qualificados e bem remunerados;

* que a Patrulha Escolar volte a proteger as nossas crianças e as nossas escolas;

*que o atendimento à saúde volte à porta da casa do paranaense, com o pleno funcionamento da Rede Regional de Hospitais, com as Clínicas da Mulher e da Criança, com o revigoramento do programa Médico da Família;

*que a segurança pública recupere a prioridade, com mais investimentos, tecnologia de ponta e policiais civis e militares respeitados, bem remunerados;

* que execute uma política de qualificação dos trabalhadores, especialmente os mais jovens, habilitando-os para os desafios do mercado de trabalho;

* que institua a representação dos trabalhadores nos conselhos, diretorias e instâncias decisórias das empresas públicas, dos órgãos da administração pública e fundações;

* que recoloque a cultura e as artes na ordem do dia das preocupações governamentais para que se faça luz nesses tempos sombrios; e

* que dê às mulheres, aos índios, aos negros, às comunidades Lgbtqia+ respeito e protagonismo.

Companheiros,

São compromissos como esses que assumo e que juntos poderemos transformar em realidade. A vitória está ao nosso alcance. Vamos buscá-la.

Com os trabalhadores e pelos trabalhadores,

Roberto Requião

Publicação de: Viomundo

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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