Marcio Pochmann: No Brasil, os super-ricos, que compreendem apenas 1% da população, ficam com 48,4% da riqueza nacional

Super-ricos: Riqueza no mundo e o Brasil com a maior desigualdade

Por Marcio Pochmann (@MarcioPochmann)*, em seu perfil de rede social

Ao se utilizar como referência a riqueza definida como valor dos ativos financeiros, acrescidos dos ativos reais por propriedades físicas (moradia, fábrica e outras), menos suas dívidas, constata-se a dimensão da riqueza das nações e a repartição no interior da população.

Neste quesito, o Brasil se destaca por aumentar o número de super-ricos, mesmo que a riqueza se mantenha relativamente estancada.

Para o banco suíço UBS, no Relatório de Riqueza Global 2023, o Brasil desponta como o mais desigual, uma vez que os super-ricos, que compreendem apenas 1% da população, ficam com 48,4% da riqueza nacional.

Na sequência, vem a Índia com o 1% concentrado no segmento mais rico, que absorve 41% da riqueza, seguido dos EUA (34,3%), da China (31,1%), da Alemanha (30%), da Coreia do Sul (23,1%) e da Itália (23,1%).

Em síntese, os super-ricos no Brasil detêm mais do que o dobro na participação da riqueza do que o 1% mais ricos, por exemplo na Coreia do Sul e Itália.

No ano de 2019, por exemplo, o relatório da ONU colocou o Brasil no posto de 2ª maior concentração de renda do mundo. Isto porque o 1% mais rico concentrava 28,3% da renda total do país, perdendo apenas para o Catar.

Na comparação do período de 2001 a 2015, o Brasil já se destaca por ser o país com maior concentração de renda do mundo, considerando a apropriação dos super-ricos.

Pela pesquisa liderada por Thomas Piketty, o Brasil era apontado como o país cujos super-ricos abocanharam 27,8% da riqueza nacional (Pesquisa Desigualdade Mundial).

A tributação dos super-ricos, superprotegidos no Brasil, é uma exigência necessária para a inflexão da trajetória concentradora da renda e riqueza nacional.

O presidente @lulaoficial lidera a reivindicação histórica de um país democrático, justo e solidário.

*Marcio Pochmann é professor, pesquisador e atual presidente do IBGE

Publicação de: Viomundo

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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