Gasolina pode subir 28% e afundar reeleição de Bolsonaro
A inflação vem sendo o grande calcanhar de Aquiles nos planos de Jair Bolsonaro em continuar no Planalto por mais quatro anos. Já no ano passado, quando o índice oficial de preços passou dos dois dígitos no Brasil, o governo se articulava em volta de projetos para tentar diminuir os preços dos combustíveis e consequentemente a alta dos preços em toda a economia. Porém o espaço para que o valor na bomba caia, alivie o bolso do brasileiro e tire o fantasma dos preços altos da conta de Bolsonaro, está cada vez menor. E a razão disso é a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Nesta terça-feira, 8, o governos dos Estados Unidos decidiu tomar medidas contra o petróleo russo, que é o segundo maior exportador mundial do produto, movimento que deve ser seguido pelo Reino Unido e União Europeia. Os anúncios fizeram com que o preço do petróleo tipo Brent disparasse. A alta nessa terça estava na casa dos 7% (ao 12h, horário de Brasília), com o barril sendo negociado a 130 dólares.
O preço internacional do petróleo é importante para o Brasil porque é um dos critérios que a Petrobras utiliza para a política de preços da gasolina e do diesel no Brasil. A petroleira não reajusta os preços há 55 dias e, de lá pra cá, o barril saiu de 85 dólares e continua subindo. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço do combustível praticado pela Petrobras nas refinarias está defasado em 32% no caso do diesel e 28% no caso da gasolina. Ou seja, a petroleira já vem segurando os preços mesmo antes dessa última disparada dos preços do produtos.
A gasolina é o item de maior impacto no IPCA, a inflação oficial do país, já que os preços do combustível são embutidos em toda a cadeia de produção e transporte de produtos. Com a alta dos preços, a pressão em cima da Petrobras aumenta — tanto entre os investidores que cobram o cumprimento da política de preços — quanto por parte de Bolsonaro que não quer lidar com as consequências do combustível caro. Há poucos meses da eleição, a conta global da invasão de Putin à Ucrânia, cai como uma bomba para Bolsonaro. Vale lembrar que 80% dos brasileiros desaprovam como o presidente lida com a inflação.
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