Guerra tarifária de Trump não intimida a China
A segunda-feira amanheceu em pânico — e provavelmente irá dormir assustada. Bolsas despencam, investidores fogem, governos balançam. Mas no centro do furacão — com a calma milenar de quem já sobreviveu a impérios e invasões — está a China.
Em editorial publicado nesta manhã, o jornal Global Times, porta-voz não oficial do governo chinês, cravou sem rodeios: “chantagem tarifária não intimida a China”.
Enquanto os Estados Unidos de Donald Trump ressuscitam sua velha obsessão tarifária, o dragão asiático finca os pés e promete reagir com dureza — e justiça. No meio disso tudo, o mundo segura o fôlego.
A crise começa com um anúncio explosivo de Washington: novas tarifas de até 25% sobre importações de 180 países, incluindo parceiros estratégicos como Japão, União Europeia, Brasil e, claro, China.
Trump fala em “reciprocidade”, mas o mundo ouve unilateralismo protecionista.
A resposta de Pequim vem em tom altivo. Para os chineses, os EUA “disfarçam chantagem política com medidas econômicas”, violando regras básicas da OMC, sabotando o comércio global e prejudicando países em desenvolvimento.

A nova guerra tarifária é mais que uma briga de planilhas. É teatro eleitoral, geopolítica e disputa de hegemonia.
Nos bastidores, fontes diplomáticas revelam que a reedição do conflito sino-americano pode ser um trunfo estratégico de Trump. O presidente aposta no populismo protecionista para mobilizar sua base.
Mas o tabuleiro é instável. Governadores como Gavin Newsom (Califórnia) se rebelam contra as tarifas federais. “A Califórnia não é Washington”, disparou.
Já na Ásia e Europa, governos pressionam por contramedidas. O Reino Unido fala em “nova era econômica”, enquanto a União Europeia prepara retaliações bilionárias.
Falas que incendiaram o debate
“A chantagem tarifária não intimida a China, nem prejudicará a justiça.”
– Global Times, 7 de abril de 2025
“A Califórnia buscará suas próprias relações comerciais estratégicas.”
– Gavin Newsom, governador da Califórnia
“O mundo mudou. A globalização acabou.”
– Gabinete do primeiro-ministro britânico Keir Starmer
Esse filme já passou. Trump em 2025 revive o script de 2017 — quando iniciou a guerra comercial com a China. O resultado? Preços explodiram, cadeias produtivas entraram em colapso, e os próprios consumidores americanos pagaram a conta.
Desta vez, a China está mais preparada. Sua indústria ganhou autonomia, ampliou acordos multilaterais e se tornou menos dependente do mercado dos EUA.

O cenário que se desenha é de crise prolongada no comércio internacional. A “Segunda-feira Macabra” marca o início de uma nova turbulência global. Só hoje:
- Dow Jones caiu 2,6%
- Nasdaq recuou 2,06%
- Shanghai despencou 7,34%
- KOSPI da Coreia do Sul desabou 5,57%
A China já reagiu: comprou ativos estratégicos, reforçou fundos públicos e emitiu nota oficial contra o “unilateralismo econômico dos EUA”.
Sobre a guerra tarifária EUA-China
O que motivou as novas tarifas dos EUA contra a China?
Segundo o governo americano, as tarifas são medidas de “reciprocidade” comercial. A China, no entanto, vê o gesto como chantagem política e violação das regras da OMC.
Qual a resposta da China às tarifas dos EUA?
A China divulgou um editorial forte no Global Times, reforçando sua posição contra o protecionismo e prometendo contramedidas com “força e contenção”.
Como os mercados reagiram às novas tarifas?
As bolsas globais registraram forte queda, no que já é chamado de “Segunda-feira Macabra”. O Dow Jones caiu 2,6%, enquanto o índice de Xangai recuou mais de 7%.
Quem perde mais com a guerra comercial?
Especialistas alertam que o impacto maior recai sobre consumidores americanos e países em desenvolvimento altamente dependentes de exportações.
A globalização está realmente acabando?
Não. Apesar das declarações políticas, especialistas chineses dizem que a globalização continua viva, impulsionada por tecnologia e cooperação internacional.
A guerra tarifária entre China e EUA acende um alerta vermelho no Itamaraty e no Planalto.
O Brasil está no meio do fogo cruzado. Exportador de commodities para a China e importador de produtos industriais dos EUA, o país precisa se equilibrar entre gigantes sem perder soberania.
A diplomacia brasileira — até o momento silenciosa — terá que sair da zona de conforto. É hora de agir com pragmatismo e defender o interesse nacional. A pergunta que não quer calar: o Brasil vai ser protagonista ou espectador?

Publicação de: Blog do Esmael