Dr. Rosinha: Teve mandante?
Tem mandante?
Mesmo que involuntariamente, Claudinei Esquarcine sentiu-se corresponsável pelo assassinato de Marcelo Arruda e não suportou a carga psicológica? Ou foi cúmplice do assassino?
Dr. Rosinha*
A delegada Camila Cecconello, numa investigação em tempo recorde, concluiu que Jorge José da Rocha Guaranho – assassino de Marcelo Aloízio Arruda – cometeu crime de homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e por causar perigo comum).
Mas, a própria narrativa, feita pela delegada, mostra que o crime foi cometido única e exclusivamente por motivação política-ideológica, por ódio.
A pressa em concluir a investigação – sem sequer ter a perícia do celular e computador(es) do assassino – só nos leva a suspeitar que é para acobertar algum fato ou favorecer politicamente algumas pessoas, no caso Bolsonaro e seu apoiador o governador Ratinho.
A necessidade de nova investigação já foi sentida até pela delegada Cecconello.
Provavelmente pela péssima repercussão do seu trabalho, na sexta-feira, 15/07, ela declarou que a perícia no telefone do assassino pode trazer novos elementos para a investigação.
Se antes a perícia era necessária, agora é imprescindível. Ninguém poderia imaginar, inclusive a delegada, que no domingo, 17 de julho, o segurança Claudinei Coco Esquarcine cometeria suicídio.
Este é um fato novo e relevante.
É necessário saber:
1) Esquarcine sentiu-se, mesmo que involuntariamente, corresponsável pelo assassinato e não suportou a carga psicológica; ou
2) teve cumplicidade com o assassino?
Vamos aos fatos.
Antônio Marcos de Souza é presidente da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresf), local onde se realizou a festa de aniversário de Marcelo.
Referindo-se às imagens do DVR (sistema de gravação dos vídeos) da Aresf, Souza declarou à delegada Cecconello: “…temos um sócio da diretoria também, Claudinei [Claudinei Coco Esquarcine], que ele entende muito disso, ele que faz este trabalho pra gente, manutenção e instalação…”ele operava a senha do sistema e era da diretoria.
Ainda, em seu depoimento à delegada, Souza disse que com a troca de equipamento “…acredita que Guaranho não tinha mais acesso” ao sistema de vídeo (veja abaixo)
Isto significa que, se no momento do assassinato Guaranho não tinha acesso, ele já teve.
Os advogados da família de Arruda entraram com o pedido de novas diligências, lembrando que:
Perguntam os advogados:
— Tais imagens estavam disponíveis aos diretores da Aresf?
— Quem são os diretores da Aresf?
— De que forma atuaram ou não?
— Foram partícipes ou não do fato criminoso?
— A que pessoas Claudinei disponibilizou as imagens do DVR?
— Quem tinha as senhas de acesso?
P. S. O Ministério Público do Estado do Paraná acatou toda a solicitação feita pelos advogados da família de Marcelo Arruda.
O promotor de Justiça Designado para este caso é Tiago Lisboa Mendonça.
Na sua manifestação despachada no início da noite desta segunda-feira, 18/07, ele “requisita à Autoridade Policial responsável pelo presente caderno investigatório, sejam realizadas, com a máxima urgência, as diligências apontadas na presente manifestação, especialmente para que se requisite o pronto encaminhamento de todos os laudos periciais eventualmente pendentes (ou informe a impossibilidade de fazê-lo)”.
Veja abaixo o trecho acima. Ao final, na íntegra, o despacho do promotor Tiago Lisboa Mendonça.
MP-PR: Manifestação sobre pedido de advogados da família de Marcelo Arruda by Conceição Lemes on Scribd
Publicação de: Viomundo