Diretores do Sindipetro/MG denunciam a deputado presença do Exército “fortemente armado” dentro da refinaria Gabriel Passos: “Foram dois dias, até dormiram lá”; vídeo

Por Conceição Lemes

Na sexta-feira, 10/06, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) recebeu no seu escritório em Belo Horizonte três dirigentes do Sindipetro/MG: o coordenador-geral Alexandre Finamori, o “Batata”, Marcelo Maia e Guilherme Alves.

Os três levaram ao parlamentar uma denúncia seriíssima, como mostra o vídeo abaixo.

“A Refinaria Gabriel Passos, a única de Minas Gerais, está sendo entregue a preço de banana, podendo ser vendida nas próximas semanas”, alerta Alexandre Finamori.

“Além disso, para piorar, com a presença do Exército fortemente armado dentro das dependências da refinaria,
tentando intimidar a luta dos trabalhadores contra a privatização”, ressalta.

“O Exército estava lá dentro?!, reage o deputado.

Diante da anuição dos três petroleiros, reforça: “Esse governo colocando o Exército dentro de uma refinaria é muito grave”.

Rogério Correia prometeu-lhes requerer à Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados uma audiência pública para tratar do assunto.

“Vocês vão ser convidados”, diz. “Vou convidar também presidente e diretores da Petrobrás, pra dizerem o que está acontecendo dentro da empresa, quem deu a autorização.”

Nós conversamos um pouco mais com o coordenador-geral do Sindipetro/MG.

Viomundo — No vídeo, você diz que a Gabriel Passos pode ser privatizada nas próximas semanas. Quando seria?

Alexandre Finamori — A Gabriel Passos deve ser a próxima refinaria a ser privatizada. Isso deve acontecer na próxima reunião do Conselho de Administração da Petrobrás, marcada para 29 de junho.

Mais um desmonte do governo Bolsonaro. A privatização da Gabriel Passos vai trazer tanto monopólio local privado quanto aumento de todos os combustíveis. É um ataque à população mineira em geral.

Viomundo — Em que dia a Gabriel Passos foi ocupada pelo Exército?

Alexandre Finamori — Na verdade, foram dois dias, 8 e 9 de junho. Eles até dormiram dentro da refinaria.

Viomundo — O que foram fazer na refinaria?

Alexandre Finamori — Segundo a rádio peão, o Exército estava fazendo um treinamento de ocupação. Mas, oficialmente, o Sindipetro/MG não recebeu nenhum esclarecimento. Na própria quinta-feira, 9/6, nós enviamos um ofício à Petrobrás pedindo informações, mas até agora não respondeu.

Viomundo — Na avaliação do Sindipetro, qual o objetivo da ocupação?

Alexandre Finamori — Intimidar os trabalhadores. Veja bem. Ela ocorreu justamente no momento em que estávamos começando reuniões com a base para a batalha do dia 29 de junho.

Viomundo — Em que áreas os soldados ficaram?

Alexandre Finamori –– Em toda a refinaria.  Eles ficaram andando com fuzil armado na área industrial, que tem muitos tanques de combustíveis e é extremamente explosiva.

Viomundo — Se acidentalmente um tiro fosse disparado, o que poderia acontecer?

Alexandre Finamori — Nos questionaram: “Ah, mas os fuzis poderiam estar sem munição…”

Ok. Só que não temos como saber. O fato é andar armado dentro da área industrial da refinaria é um tremendo risco, pois ela é altamente explosiva.

Se eventualmente um tiro for disparado, pode explodir toda a refinaria e o seu entorno. Colocando, portanto, em risco os trabalhadores, a população ao redor e a própria refinaria. 

Publicação de: Viomundo

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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