Ângela Carrato: Na caradura, Tebet mente no JN, Bonner e Renata deixam passar e ainda levantam a bola para ela

Por Ângela Carrato, em seu perfil de rede social
Por dever de ofício, assisti à entrevista da senadora Simone Tebet, do MDB, ao Jornal Nacional, na noite desta sexta-feira.
Não foi fácil aguentar 40 minutos de um lero-lero que não tinha fim.
A dupla Willian Bonner e Renata Vasconcellos não poderia ter sido mais amável com a candidata, sem falar nas claras levantadas de bola para ela. Recomendações do patrão, certamente.
Simone vive em uma realidade paralela e, neste aspecto, nem Bonner e nem Renata fizeram qualquer pergunta para trazê-la ao mundo real.
A título de exemplo, ela enfatizou a discriminação que as mulheres sofrem no Brasil, emendando
ser a primeira mulher a se candidatar à presidência. E a dupla de entrevistadores fez ouvidos moucos e não lhe contestou.
Freud não classificaria sua fala como propriamente mentirosa, mas contendo uma vergonha tamanha, da qual prefere não se recordar.
Tebet apoiou o golpe contra Dilma e tenta fingir que não tem nada a ver com os desgovernos de Temer e Bolsonaro.
Ela se disse muito preocupada com a situação da saúde no país, mas se esqueceu novamente que Dilma tinha destinado uma fortuna do pré-sal para saúde e educação.
Com a cara mais limpa, comprometeu-se a erradicar a miséria e a fome. Óbvio, nem Bonner e nem Renata se lembraram de argumentar que os governos petistas já fizeram isso.
O Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU em 2014, no governo Dilma, e a ele retornou em 2018, pelas mãos dos golpistas que Tebet ajudou a emplacar no poder.
Com carinha de boa moça, de blaiser azul e blusa rosa, Tebet elogiou duas vezes os “economistas liberais” que a apoiam e cuidam de seu programa econômico.
Só se esqueceu, de novo, de mencionar que são esses senhores, “muito rigorosos”, segundo ela, que elaboraram as reformas ditas Trabalhista e da Previdência Social, ambas responsáveis por jogar o país no mais alto índice de desemprego e falta de direitos da nossa história recente.
Com 2% das intenções de votos, o papel que Tebet desempenha nesta eleição, junto com Ciro Gomes, é o de tentar levar a disputa para o segundo turno.
A família Marinho fez de tudo para transformá-la em candidata da “terceira via”, mas ela não conseguiu sequer sair dos 2%.
Tebet não colou. E essa chatíssima entrevista não mudou nada.
*Ângela Carrato é jornalista e professora do Departamento de Comunicação da UFMG
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Publicação de: Viomundo