A histórica chegada a Brasília dos 32 brasileiro-palestinos há 37 dias retidos na Faixa de Gaza; veja fotos e a íntegra da recepção de Lula

O vídeo acima registra desde o momento em que o avião com os 32 repatriados toca o solo de Brasília, a recepção calorosa às declarações do presidente Lula, da jovem Shadd Albanna, de Hasan Rabee e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira

Da Redação

Eram 23h24 dessa segunda-feira, 13/11, quando o avião da Presidência da República aterrissou em Brasília trazendo o grupo de 32 pessoas repatriadas da Faixa de Gaza. 

São 17 crianças, nove mulheres e seis homens: 22 brasileiros e dez palestinos familiares dos brasileiros.

Todos foram recebidos pelo presidente Lula e uma comitiva de ministros e de integrantes do comitê de acolhimento do Governo Federal.

O vídeo acima mostra a íntegra da recepção. 

A Federação Árabe Palestina do Brasil — Fepal (@FepalB) comemorou em seu perfil no X (antigo twitter):

Momento histórico.

São brasileiros. São palestinos.

São vítimas e testemunhas de um genocídio.

São sobreviventes do genocídio que Israel executa nesse momento na Palestina.

“Eu só queria dizer a vocês que a chegada desse décimo avião aqui no Brasil é o coroamento de trabalho muito sério que a gente deve a muita gente”, afirmou Lula.

O presidente listou diplomatas, ministros, Força Aérea e toda a articulação para garantir o retorno e o cuidado com os brasileiro-palestinos repatriados.

Diante deles, Lula assumiu um compromisso:

“O Governo Federal vai fazer o que for possível para trazer os familiares palestinos dos brasileiros que quiserem sair de Gaza. Enquanto houver lista e possibilidade de a gente tirar uma pessoa, mesmo que seja uma só na Faixa de Gaza, a gente vai estar à disposição. Não vamos deixar ninguém para trás”. 

Lula manifestou também a sua indignação com as mortes de crianças e mulheres palestinas, como mostra o vídeo mais abaixo, onde ele diz: 

”Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel está cometendo também vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra”.

”Eles estão matando junto crianças. Já são mais 5 mil crianças. Tem mais de 1.500 crianças desaparecidas que certamente estão no meio dos escombros”. 

Shadd Albanna, a jovem de 18 anos que foi um dos símbolos do grupo de brasileiros nesse processo de repatriação, desceu do avião abraçada à bandeira brasileira ao lado da irmã e foi recebida por Lula com um longo abraço.

“Não estou conseguindo acreditar que estou aqui. Estou viva. Feliz, Emocionada de verdade. Não estamos acreditando que chegamos. Finalmente estamos seguros. É muito bom se sentir seguro. Faz muito tempo que eu não me sentia assim”, disse Shadd.

“A gente chegou a um ponto em que pensou que não ia mais conseguir sair de lá, que iria morrer e ninguém mais saberia da gente. Graças a Deus, ao governo brasileiro, ao presidente, à Força Aérea, à embaixada, a gente está aqui agora”.

“Tivemos ajuda em todos os momentos, contato direto mesmo. Não só nessa viagem de volta, mas toda hora nesses 35 dias em Gaza, com 24 horas de suporte para alimentação, recursos, remédio, apoio psicológico, médico”, listou Hasan Rabee, um dos 32 integrantes do grupo.

Ele voltou ao Brasil com esposa e duas filhas.

Contou que a mãe e a irmã, que também desejam vir para o Brasil, estão numa segunda lista. 

Desde o início do conflito no Oriente Médio, já são 1.477 passageiros e 53 animais domésticos resgatados em cinco aeronaves da Força Aérea Brasileira. 

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, explicou como será a sequência do trabalho:

“Vamos continuar trabalhando com as embaixadas em Ramala, Tel Aviv e Cairo, para localizar outros brasileiros que estejam na região e queiram voltar. Da mesma forma que vamos continuar trabalhando no Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde o Brasil ocupa uma vaga até dezembro deste ano, para que se possa encontrar uma solução diplomática negociada que crie um corredor humanitário, uma pausa humanitária, de modo que possam sair os feridos, os reféns e também os nacionais de terceiros estados, não só os brasileiros, que estejam em Gaza e que manifestem o desejo de sair”, disse.

 

Publicação de: Viomundo

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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