Na última hora, Bolsonaro pediu arrego a Moraes
Foto: Aline Massuca
Com a ajuda de Valdemar Costa Neto, presidente de seu partido, o PL, Jair Bolsonaro recorreu a um interlocutor com acesso ao ministro Alexandre de Moraes para mandar uma espécie de “pedido de clemência” dias antes do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral que selou sua inelegibilidade.
A tentativa de fazer o apelo chegar a Moraes foi feita por intermédio do deputado federal paulista Antonio Carlos Rodrigues. Também filiado ao PL, Rodrigues é muito próximo de Valdemar Costa Neto e, dentro do partido, é tido como um canal entre ele e Moraes. O deputado e o ministro se conhecem há tempos e cultivam boa relação.
Bolsonaro sabia, no fundo, que eram praticamente nulas as chances de não ser declarado inelegível pelo TSE. Também tinha consciência de que o apelo a Moraes não funcionaria, até porque o veredicto dependia também dos votos dos outros ministros da Corte. Mas quis fazer o gesto mesmo assim para, ao menos, frear o ímpeto do ministro no julgamento.
O pedido ao deputado Antonio Carlos Rodrigues para que levasse o recado foi feito recentemente, em um encontro em São Paulo com Valdemar. Antes, Bolsonaro autorizou que a súplica fosse feita em nome dele. Basicamente, queria que Alexandre de Moraes “pegasse leve”, segundo o relato de uma fonte a par da conversa. Mandou dizer, ainda, que não leva para o lado pessoal as diferenças com o ministro e que, assim como Moraes, ele sofre com ataques e ameaças.
Aparentemente, a tentativa de fazer a mensagem chegar não funcionou: até a última quinta-feira (29/6), o deputado Rodrigues sequer havia dado retorno dizendo se havia conseguido entregar o recado.
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