Ubiratan de Paula Santos: Os três Poderes da República não podem vacilar
Em defesa da democracia no Brasil
Por Ubiratan de Paula Santos*
A manutenção, aprofundamento e ampliação da democracia passa por esmagar os ovos, mas principalmente cortar a cabeça da serpente progenitora do movimento nazifascista expresso pelo bolsonarismo.
Frutos da construção do movimento que elegeu Bolsonaro em 2018, os acontecimentos ocorridos ontem, 08-01-2023, em Brasília, embora não só, revelam o edifício organizado de um modo de fazer política nazifascista.
Autoproclamados nacionalistas, adoradores da Pátria e de defensores da família esse movimento emerge das entranhas de um sistema econômico progressivamente excludente e desigual, cujos dominadores usam e operam a turba ao sabor de seus interesses, mesmo muitos sabendo de sua disfuncionalidade e regressividade histórica.
No Brasil ganha mais força pelo envolvimento das forças armadas no apoio ativo que têm dado aos movimentos golpistas e ditatoriais, especialmente a partir de 1964.
Os atos de ontem são inaceitáveis e devem merecer o repúdio de todos os que têm apreço pela democracia. Devem merecer duras ações e medidas dos poderes Legislativos, Judiciário e do Executivo.
É imperioso para a recuperação da democracia e seu aperfeiçoamento que os poderes reponham o que deva ser o papel das FFAA num regime democrático, subordinada, sem meias palavras, ao poder civil.
Qualquer contemporização significa aumentar a chocadeira desestabilizadora progressiva da democracia, que visa constranger, limitar, emparedar e tutelar os poderes da República, em especial o poder Executivo recém-eleito, tornando sem efeito a decisão soberana das urnas de 2022.
Os Poderes da República não podem vacilar sobre as medidas necessárias para responsabilizar e punir TODOS os envolvidos , de forma direta e indireta, na tentativa golpista fracassada.
Viva a democracia, viva o Brasil
*Ubiratan de Paula Santos é médico.
Publicação de: Viomundo