Taxação dos super-ricos, manifesto pela Palestina e defesa da soberania marcam Encontro Nacional do PT

A Defesa da Palestina, a campanha pela taxação de bilionários, bancos e bets e a reafirmação da soberania nacional deram a tônica da abertura do 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). O evento começou nesta sexta-feira (1º) em Brasília e segue até domingo (3).

Na cerimônia que deu início ao encontro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, mesmo com as complexidades diárias nas relações com o Congresso Nacional, o governo conseguiu avançar seu programa.

“Nós dizíamos que nós não íamos fazer ajuste fiscal em cima do trabalhador, não íamos fazer em cima do BPC, do Bolsa Família, da política de valorização do salário mínimo. Dessa vez quem vai pagar a conta é o rico no imposto de renda e não o pobre no orçamento.”

Haddad citou o crescimento econômico acima das expectativas, o desemprego no menor nível da série histórica e a saída do Brasil do Mapa da Fome. “Muitas vezes nós desviamos a nossa atenção para o ruído, criado artificialmente para desviar o olhar da população para aquilo que é fake news, para aquilo que não interessa, para aquilo que divide.”

Palestina

Ao lado do embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben, o atual presidente do PT, Humberto Costa, leu uma carta que declara apoio irrestrito à luta palestina. O documento expressa a profunda preocupação e indignação com a situação na Faixa de Gaza. “Não é possível virar os olhos às mortes de crianças em Gaza pelos bombardeios de Israel há mais de 20 meses e, agora, pela fome e doenças produzidas pelo bloqueio israelense”, diz o texto.

Além de declarar solidariedade, o ato endossou uma moção assinada em Porto Alegre pelos quatro candidatos à presidência do PT durante o Processo de Eleição Direta (PED) de 2025 e uma nota do Conselho Nacional de Direitos Humanos de 6 de junho de 2025 em defesa da Palestina.

A carta também solicitou ao presidente Lula que continue a intervir em favor da suspensão das relações diplomáticas e comerciais com o governo Netanyahu e o Estado de Israel. “Ainda há no mundo inteiro quem compre, venda e subsidie o complexo industrial militar de Israel, como se isso fosse normal. O governo Netanyahu é acusado de crimes de guerra até por ex-embaixadores e ex-primeiros ministros israelenses. Os crimes agora incluem assassinar civis desarmados e famintos que buscam auxílio humanitário e recebem balas e bombas”

Soberania nacional

A soberania do Brasil também foi tema recorrente na abertura do encontro, permeado pelo contexto de taxação de produtos brasileiros nos Estados Unidos e declarações do presidente Donald de Trump que sinalizam tentativa de intromissão em temas internos.

O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Rodrigues, discursou em defesa de que o governo amplie a presença nas periferias brasileiras e na luta pelos direitos de trabalhadores e trabalhadoras.

Ele ressaltou que a busca pela justiça tributária abre para o Brasil um momento rico para “elevar o nível de consciência da classe trabalhadora” e construir uma agenda de defesa da soberania. “Dificilmente qualquer analista de conjuntura poderia dizer que estaríamos, nesse Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, organizando a luta anti-imperialista e organizando uma luta de classe contra o grande capital que é a taxação.”

Em sua fala, João Pedro Rodrigues enfatizou que as principais tarefas em meio à disputa política passam pela organização da classe trabalhadora e do mundo do trabalho, das periferias e das lutas populares cotidianas. “Esse partido precisa ocupar a periferia, precisa participar das lutas. Esse partido precisa reafirmar o seu lado de classe.”

Rodrigues ressaltou a disposição do MST em estar junto com o PT e o governo na defesa dessas pautas, incluindo a reforma agrária. Ele também conclamou um reforço no compromisso com o internacionalismo e apontou a importância de fortalecimento nas relações com o Sul Global.

“Mais do que nunca, nós temos que estar junto com a Palestina, junto com Cuba, com a Venezuela e com todos os demais partidos e organizações de esquerda, não só da nossa América Latina, como do mundo.”

O dirigente finalizou a fala com um chamado para que a militância saia do encontro com o compromisso de engajamento na “ luta anti-imperialista, na organização do Plebiscito Popular e na participação das atividades da Cúpula dos Povos e da COP30″

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Publicação de: Brasil de Fato – Blog

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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