STF dá recado a Bolsonaro: prisão de Collor e condenação de Débora sinalizam rigor

O Supremo Tribunal Federal (STF) “sextou” pesado nesta sexta-feira (25). Sob a batuta do ministro Alexandre de Moraes, a Corte formou maioria para manter a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, 75 anos, condenado por corrupção no caso da BR Distribuidora — sem relação direta com a Lava Jato, como explicou o juiz federal Eduardo Appio em entrevista ao Blog do Esmael [Abaixo, assista ao trecho da conversa].

Autismo ALEP

Na mesma toada, o STF também condenou Débora Rodrigues, a “Débora do Batom”, a 14 anos de prisão. Ela ficou conhecida por pichar “Perdeu, Mané” na estátua da Justiça, durante os atos golpistas do 8 de Janeiro.


Coincidência? Para especialistas e bastidores do poder, não. Trata-se de um recado direto: não haverá arrego para Jair Bolsonaro.

Eduardo Appio: decisões indicam prisão no caminho de Bolsonaro

Em conversa exclusiva com o Blog do Esmael, o juiz federal Eduardo Appio cravou que as decisões do STF são “um recado bastante claro” ao bolsonarismo.

“Acaba sendo interpretado pela teoria política como um forte recado de que o Supremo está, em sua maioria, coeso. Alexandre de Moraes não é uma pessoa que se intimida, não tem medo de cara feia”, explicou o magistrado.

Appio lembrou ainda que Moraes, desde que assumiu o inquérito das fake news, mostrou-se imune a pressões externas, reforçando que quem acredita em blefes se engana: a lei será aplicada com rigor.

Prisão de Collor não é Lava Jato, diz Appio

STF condena ex-senador Fernando Collor: Ministros decidirão a pena a ser aplicada
STF determina a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Foto: reprodução

O juiz também fez questão de esclarecer uma confusão repetida por parte da velha mídia: a prisão de Collor não tem relação com a Lava Jato.

“Esse processo do Collor não tem nenhuma conexão com a Lava Jato de Curitiba. São questões distintas. O Supremo já havia definido que a 13ª Vara Federal de Curitiba cuidaria apenas dos processos diretamente ligados à Petrobras”, pontuou Appio.

A condenação de Collor envolve corrupção na BR Distribuidora e tramitou fora da estrutura da finada força-tarefa.

Supremo fecha cerco: bolsonarismo no radar

O pano de fundo dessas decisões é claro: o STF, sob a liderança de Alexandre de Moraes, diz que não vai tolerar ataques à democracia. A prisão de figuras simbólicas, como Collor e Débora, sinaliza que Bolsonaro poderá ser o próximo da fila.

A maioria dos ministros demonstra unidade em defesa da Constituição. Mesmo com algumas dissidências pontuais, o Supremo não vai “piscar” diante de pressões políticas, como enfatizou Appio.

Bingo! Ao todo, seis ministros do STF já formaram maioria para manter a prisão de Fernando Collor: Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Dias Toffoli.

O ministro Gilmar Mendes, que havia pedido vista, recuou e liberou o processo, permitindo que o julgamento siga no plenário virtual a partir de segunda-feira (28), entre 11h e 23h59. De outro lado, num gesto de humanidade sem aliviar o rigor da condenação, Moraes autorizou que Collor cumpra a pena em Maceió (AL).

A prisão de Collor sinaliza que Bolsonaro também pode ser preso

A prisão de Fernando Collor tem ligação com a Lava Jato?

Não. Segundo o juiz Eduardo Appio, o caso de Collor envolve corrupção na BR Distribuidora e não integra os processos da Lava Jato de Curitiba.

Por que a condenação de Débora Rodrigues foi tão alta?

Débora respondeu por cinco crimes distintos relacionados ao ataque ao STF em 8 de janeiro, o que agravou a pena.

O que as decisões do STF sinalizam para Bolsonaro?

Indicam que o Supremo não cederá a pressões políticas e que a responsabilização criminal de Bolsonaro está no horizonte.

Alexandre de Moraes age com independência?

Sim. Como destacou Appio, Moraes tem demonstrado não se intimidar diante de ameaças ou pressões midiáticas.

O STF está unido nas decisões?

A maioria dos ministros segue coesa na defesa da ordem constitucional, mesmo havendo votos divergentes em questões específicas.

Sem espaço para blefes

O recado foi dado: quem apostava no medo ou no blefe, que tire o cavalinho da chuva. A firmeza demonstrada nas prisões e condenações recentes pavimenta o caminho para ações ainda mais duras contra quem atentou — ou ainda atenta — contra a democracia brasileira.

Aliás, parlamentares bolsonaristas já previram — antes da cirurgia de Bolsonaro — que o ex-presidente irá para a prisão no segundo semestre. Eles estimam até novembro, nas vésperas das eleições de 2026 [antes imaginavam que o xilindró, que eles chamam de “Chile” para aliviar a carga, viria antes deste semestre.]

Assista aqui ao trecho da entrevista com o juiz Eduardo Appio:

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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