Ratinho Júnior mira Planalto e embaralha disputa no Paraná
O governador Ratinho Júnior (PSD) deve deixar o Palácio Iguaçu em abril de 2026. Isso porque, nos bastidores, é tido como certo que tentará voos nacionais: ou será candidato à Presidência da República, sua prioridade declarada, ou buscará uma das duas vagas ao Senado. A indefinição, no entanto, virou fator de instabilidade entre aliados e adversários.
Caso saia, PSD tentará manter hegemonia no Paraná
A saída de
Nesse cenário, o PSD já prepara planos B e C para manter o domínio estadual. Os nomes mais fortes no entorno do governador são Alexandre Curi, presidente da Assembleia Legislativa, o secretário das Cidades Guto Silva, e o vice-governador Darci Piana.
Moro lidera pesquisas para governador, mas teme isolamento
O senador Sérgio Moro (União Brasil) lidera todos os cenários simulados para o governo do Paraná, com índices entre 38% e 44%. O ex-juiz da Lava Jato tenta repetir o feito de 2022, quando se elegeu ao Senado, mas teme o efeito “frente ampla” no segundo turno.
Nos bastidores, Moro evita confronto direto com Alexandre Curi, considerado por aliados como o nome mais competitivo do campo governista. O temor é que a união de centro, PSD, MDB e até setores anti-lavatistas e anti-bolsonaristas formem um bloco pragmático para evitar sua chegada ao Palácio Iguaçu, sede do executivo estadual paranaense.
Cristina Graeml articula base extremista ao Senado
A jornalista e ex-candidata à prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml (Podemos), aparece como a principal representante da extrema direita para o Senado em 2026. Com um discurso conservador, anticomunista e antissistema, ela consolidou base fiel nas redes sociais e aposta na fragmentação da direita para garantir a segunda vaga.
Graeml é identificada com o eleitorado ideológico da extrema direita. Entre seus pilares estão a crítica ao STF, à imprensa e à esquerda, além de bandeiras como escola sem partido, armamento civil e defesa da família tradicional. No entanto, ela poderá ter um problema chamado deputado Filipe Barros (PL), que conta com apoio e simpatia declarados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Roberto Requião pode voltar ao Senado
A grande novidade nos bastidores é o nome do ex-governador Roberto Requião (PDT). Após acompanhar o filho Requião Filho na nova legenda, Requião prepara um possível retorno ao Senado Federal. A ideia é reeditar o discurso combativo de defesa do Estado, da soberania nacional, contra o capital vadio e de críticas à privatização da Copel e Sanepar.
Se confirmada, sua candidatura pode reagrupar eleitores do espectro de centro-esquerda. O filho, Requião Filho, por sua vez, já lançou o movimento “Paraná em Movimento” e deve ser candidato ao governo estadual caso o pai vá para o Senado.
Senado terá briga de foice pela segunda vaga
Com Ratinho Júnior sendo candidato ao Senado, aliados dão como “liquidada” uma das duas vagas. A disputa real se daria pela segunda cadeira. O cenário é tão competitivo que poderá haver até cinco candidaturas da direita e do centro-direita disputando voto a voto: Cristina Graeml, Álvaro Dias (Podemos), Alexandre Curi, Requião e Filipe Barros.
Sem Ratinho, o cenário muda drasticamente. A base conservadora se pulveriza, e o embate pode abrir espaço até para nomes da esquerda e centro democrático.
Paraná reflete incertezas da disputa nacional
O desfecho da sucessão no Paraná dependerá diretamente do destino de Ratinho Júnior. Se for à Presidência, o estado pode virar campo de prova para a sucessão do bolsonarismo e do lavajatismo. Se for ao Senado, manterá influência regional e nacional. Se ficar, garante hegemonia até o último minuto.
De qualquer forma, os nomes estão postos. E os bastidores continuarão em ebulição até abril de 2026, data-limite que definirá o desenho final da disputa.
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Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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Publicação de: Blog do Esmael