PSDB e Podemos negociam fusão para renascer no centro político
A sigla que já elegeu presidentes agora luta para sobreviver
De protagonista da política nacional à beira do abismo: esse é o novo roteiro do PSDB, que articula uma fusão com o Podemos para tentar se manter relevante no jogo do poder. A previsão é de que o novo partido, batizado provisoriamente de PSDB+Podemos, seja anunciado até 29 de abril. A estratégia visa resistir à polarização entre Lula e Bolsonaro, ao mesmo tempo que tenta evitar a migração de seus últimos nomes de peso.
Aécio e Renata costuram um novo centro democrático
Nos bastidores, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e a deputada Renata Abreu (Podemos) conduzem as negociações. A ideia é formar uma nova legenda que una a tradição tucana com uma roupagem mais leve e programática, turbinada por economistas históricos ligados ao PSDB. A proposta de fusão com o Solidariedade, como federação futura, também está no radar.
“Estamos planejando construir um novo caminho para os brasileiros que não se identificam nem com o lulopetismo nem com o bolsonarismo”, diz o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), presidente do Instituto Teotônio Vilela.
Eduardo Leite e Riedel ameaçam debandada
A principal preocupação da cúpula tucana é conter a saída dos governadores Eduardo Leite (RS) e Eduardo Riedel (MS), que avaliam migrar para PSD e Republicanos, respectivamente. Leite afirma que respeitará o processo até seu desfecho, mas já recebeu sinal verde do PSD para comandar o diretório no Rio Grande do Sul.
Já Riedel estuda a ida para os Republicanos e poderia levar com ele cerca de 25% da bancada tucana na Câmara e mais da metade dos prefeitos do PSDB no país.
“Sem tempo de TV, é quase impossível fazer campanha em um estado como Mato Grosso do Sul”, dispara o deputado Dagoberto Nogueira (PSDB-MS).
PSDB+Podemos: fundo robusto e nova marca
O levantamento interno mostra que juntos, PSDB e Podemos somariam 27 deputados federais, 401 prefeitos, 5.330 vereadores e um fundo partidário de R$ 90 milhões, tornando-se a 5ª maior sigla em recursos. A população governada pela nova legenda seria de mais de 16 milhões de brasileiros.
O nome final ainda não está decidido. Estão em pauta sugestões como Moderados ou Independentes, com expectativa de um novo projeto de centro capaz de seduzir tanto o eleitorado tradicional quanto os “órfãos da terceira via”.
Perguntas que surgiram nas redes
PSDB vai deixar de existir?
Ainda não oficialmente. A fusão com o Podemos mantém a marca PSDB temporariamente, mas um novo nome está sendo discutido.
Eduardo Leite será candidato em 2026?
A depender da nova sigla, sim. Mas ele também pode migrar para o PSD, onde teria mais estrutura.
Quem lidera a fusão?
Marconi Perillo (PSDB) e Renata Abreu (Podemos) são os principais articuladores.
Qual o tamanho do novo partido?
Será a 5ª maior sigla em recursos, com 27 deputados e 401 prefeituras.
E a federação com os Republicanos?
Segue em discussão, mas deve ficar para um segundo momento.
Uma tentativa derradeira de sobrevivência
O PSDB vive um dos momentos mais críticos de sua história. Após fracassos eleitorais sucessivos e perda de protagonismo para Bolsonaro, busca se reinventar com aliados menores. A fusão com o Podemos é mais do que uma manobra partidária: é uma tentativa derradeira de sobrevivência política.
Se conseguir segurar seus governadores, atrair novos quadros e manter algum protagonismo em 2026, poderá renascer como um novo centro político. Caso contrário, pode seguir o caminho de tantas outras siglas históricas que sumiram do mapa.
Continue acompanhando a cobertura do Blog do Esmael para não perder os bastidores dessa fusão que pode mexer com o tabuleiro de 2026.

Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Publicação de: Blog do Esmael