Operação no Rio mata 114 e reacende disputa sobre segurança
A megaoperação policial desta terça-feira 28 no Rio de Janeiro deixou 114 mortos, incluindo quatro policiais, e recolocou a segurança pública no centro da política nacional, justamente quando Luiz Inácio Lula da Silva, PT, amplia vantagem nas pesquisas e busca encerrar o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, em meio a uma trégua diplomática.
Informações de agências de notícias apontam que moradores das comunidades reuniram mais de 50 corpos após a operação, o que, somado ao balanço oficial, levantaria a hipótese de que o total de mortos possa superar 114. Líderes comunitários afirmam que esses números ainda podem aumentar.
A ação varreu favelas da Zona Norte com mais de dois mil agentes, segundo o governo Cláudio Castro, PL-RJ, que comemorou o resultado, enquanto organismos internacionais e entidades de direitos humanos expressaram preocupação com o volume de mortes e o padrão de letalidade recorrente em áreas pobres e negras. A ONU classificou o cenário como alarmante, reforçando alertas sobre violações.
A coincidência temporal incomodou Brasília. Em política, dizem, coincidência não existe. O episódio remete à intervenção federal de 2018 no Rio, no governo Michel Temer, MDB, que pariu Wilson Witzel, PSC-RJ, posteriormente cassado. Agora, em 2025, com a segurança liderando o ranking de preocupações nacionais, a narrativa bélica volta a impulsionar o campo conservador, favorecendo Tarcísio de Freitas, Republicanos-SP, governador de São Paulo e presidenciável que usa o tema como vitrine.
A ofensiva acontece quando Lula vive clima de distensão internacional e avança em entendimento comercial, com as tarifas americanas subindo no telhado após encontro com Trump na Malásia. O timing desperta suspeitas entre operadores políticos, que enxergam a volta da violência espetacularizada como instrumento para deslocar a pauta econômica e tensionar o debate público.
A matança reacende debate urgente: o Rio segue laboratório da extrema direita na pauta da violência, com necropolítica, ações midiáticas e punitivismo sem estratégia de prevenção ou inclusão social. O histórico recente mostra que operações desse tipo produzem manchetes, mas não soluções sustentáveis, e frequentemente enterram reputações políticas junto com vidas anônimas.
O país precisa combater o crime organizado com inteligência, fiscalização, investimento social e controle externo, preservando vidas e direitos. A segurança é prioridade nacional, mas políticas baseadas em sangue e improvisação desorganizam o Estado, alimentam o medo e corroem a democracia.
Ao presidente Lula, uma dica: chama o Cappelli!

Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Publicação de: Blog do Esmael
