Lupi em perigo recorre a Requião
Considerado um ministro “abaixo da média” pelo Planalto, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, tenta garantir sua permanência no Ministério da Previdência Social em meio à reforma ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A pressão por espaço político dentro do governo aumenta, e a sobrevivência de Lupi na Esplanada dos Ministérios depende de novas alianças.
O PDT enfrenta um momento delicado. Ciro Gomes, principal rosto do partido nos últimos anos, anunciou que não disputará mais a Presidência da República, um movimento que desencadeou a debandada de deputados cearenses ligados ao ex-ministro para o PSB, partido do seu irmão, Cid Gomes.
Diante desse cenário, Lupi saiu em busca de uma “arma secreta” para a disputa de 2026. O destino? Curitiba.
Requião no tabuleiro: a aposta do PDT para 2026
Em um encontro estratégico na casa do ex-governador Roberto Requião, Lupi articulou com o veterano político paranaense um possível caminho para o PDT. Participaram também da reunião o deputado estadual Requião Filho (PT) e o secretário nacional do PDT, André Menegoto.
“Requião pode [ser candidato a] tudo e pode não ser [candidato a] nada”, teria dito Lupi após o encontro, sinalizando que as cartas ainda estão na mesa.
A estratégia parece clara: a filiação de Requião ao PDT daria novo fôlego ao partido, aumentando seu poder de barganha e consolidando uma oposição crítica ao PT em uma eventual candidatura presidencial de Lula IV.
Requião contra o PT? O fator Ciro Gomes se repete?
A movimentação de Lupi sugere que o PDT pode repetir a estratégia de Ciro Gomes em 2022: ser um adversário incômodo ao PT e tentar capturar parte do eleitorado descontente com o governo. Caso Requião aceite o desafio e dispute a Presidência em 2026, ele poderia cumprir um papel similar ao de Ciro, com críticas afiadas a Lula e ao PT.
Na época, os petistas ficaram ensandecidos com Ciro e o acusavam de fazer três cantos com o então presidente Jair Bolsonaro (PL), que acabou derrotado no segundo turno.
A diferença é que Requião, ex-petista, tem um histórico mais próximo das bandeiras progressistas e pode atrair um público distinto, principalmente na esquerda e entre eleitores indecisos.
O futuro de Lupi e do PDT
A permanência de Carlos Lupi na Previdência Social ainda é incerta. Sua aposta em Requião pode ser uma jogada para ganhar relevância no xadrez político e garantir seu espaço em um eventual quarto governo Lula.
Paralelamente, o PDT foi convidado pelo presidente Lula para integrar a Frente Brasil da Esperança, que já reúne PT, PCdoB e PV, visando às eleições de 2026, o que dificultaria a adesão de Requião ao brizolismo.
Entretanto, a virtual filiação de Requião ao PDT deve ser acompanhada de perto, pois pode redefinir o equilíbrio de forças na esquerda e provocar reações dentro do próprio governo.
A conferir.
Publicação de: Blog do Esmael