Lula lidera no Pará, mas segundo turno aponta disputa acirrada, revela Paraná Pesquisas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera as intenções de voto para a Presidência da República no estado do Pará em todos os cenários de primeiro turno, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (27) pela Paraná Pesquisas. Mas, ao contrário do que indicam os números iniciais, o favoritismo do petista encontra resistência quando o embate chega ao segundo turno, onde a disputa se mostra apertada, independentemente do adversário.

A pesquisa ouviu 1.542 eleitores paraenses entre 21 e 24 de junho. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Primeiro turno: Lula lidera com folga

Nos cenários estimulados sem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — inelegível até 2030 e ainda sob risco de prisão pela tentativa de golpe de Estado — Lula lidera com vantagem. Veja os principais resultados:

?? Contra Michelle Bolsonaro, Ciro Gomes, Ronaldo Caiado, Ratinho Junior e Renan Filho: Lula tem 36,4%, Michelle Bolsonaro 31,0%, Ciro Gomes 11,4%, Ronaldo Caiado 4,9%, Ratinho Junior 4,1%, Renan Filho 0,7%.

?? Contra Tarcísio de Freitas, Ciro Gomes e demais adversários: Lula lidera com 36,8%, Tarcísio tem 20,0%, Ciro Gomes 14,3%, Ratinho Junior 5,8%, Ronaldo Caiado 4,2%, Renan Filho 1,5%.

?? No cenário com Eduardo Bolsonaro, Lula marca 36,5%, enquanto o filho do ex-presidente tem 24,1%. Ciro Gomes soma 12,6%, Ratinho Junior 6,1%, Ronaldo Caiado 5,9%, Renan Filho 1,1%.

Segundo turno: empate técnico expõe fragilidade de Lula

Os cenários de segundo turno revelam um quadro muito mais equilibrado, que liga o sinal de alerta no Palácio do Planalto:

?? Michelle Bolsonaro venceria Lula por 43,5% a 40,1%, dentro da margem de erro.
?? Contra Tarcísio de Freitas, Lula aparece com 43,3%, enquanto o governador de São Paulo soma 39,3%.
?? Na disputa contra Eduardo Bolsonaro, Lula tem 44,4%, contra 40,1% do deputado.
?? Mesmo no cenário com Jair Bolsonaro — inelegível, mas incluído como referência — Lula teria 42,5%, contra 46,4% do ex-presidente.

Os números indicam que, apesar da liderança no primeiro turno, o petista não possui margem confortável para o segundo turno no Pará, o que reflete o avanço da direita no estado e o peso do bolsonarismo, mesmo com o ex-presidente fora do páreo oficial.

COP30 pode ser trunfo de Lula no Pará

Líderes governistas avaliam que a realização da COP30, marcada para novembro próximo em Belém, representa uma oportunidade estratégica para Lula melhorar sua imagem e sua aprovação no estado. A cúpula climática da ONU, que colocará o Pará no centro das atenções internacionais, poderá ser usada como vitrine do governo federal para reforçar investimentos, gerar empregos e projetar o discurso ambiental de Lula — bandeira histórica do petista e de sua base.

A aposta do Planalto é que o evento, se bem conduzido, funcione como alavanca eleitoral na região Norte, especialmente em um momento em que a aprovação do presidente no Pará enfrenta desgaste e o bolsonarismo demonstra resiliência nas pesquisas.

Avaliação do governo Lula no Pará

O levantamento também mostra uma aprovação dividida da gestão Lula no estado: 44,0% aprovam, enquanto 52,2% desaprovam. A avaliação positiva é maior entre mulheres, eleitores com menor escolaridade e idosos.

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Bastidores e leitura política

Nos bastidores, o PT avalia que a liderança de Lula no Pará mantém o Norte como pilar eleitoral do governo, mas o sinal amarelo já está aceso. A capacidade de transferência de votos do bolsonarismo, mesmo sem Bolsonaro diretamente na disputa, preocupa os aliados do Planalto.

O desempenho de Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas no segundo turno, aliados ao crescimento de figuras como Eduardo Bolsonaro e Ratinho Junior, indicam que a disputa presidencial de 2026 promete ser muito mais fragmentada e imprevisível do que as pesquisas de primeiro turno sugerem.

Disputa palmo a palmo

A liderança de Lula no Pará não pode ser lida como vitória garantida. O segundo turno afunila as diferenças e mostra que o antipetismo, a extrema-direita e o bolsonarismo seguem vivos, prontos para disputar palmo a palmo o eleitorado. O Norte do país, tradicional reduto lulista, pode ser palco de uma das batalhas mais acirradas em 2026.

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Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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