Deltan Dallagnol debocha da Justiça após condenação por danos morais a Lula

O ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado cassado deltan dallagnol (Novo) voltou a escarnecer do sistema de Justiça brasileiro. Após ser condenado a pagar R$ 135,4 mil ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por danos morais, ele declarou, com tom deboche, que “faria o mesmo gesto mil vezes”.

A decisão da 12ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, publicada em 29 de julho de 2025, refere-se à infame apresentação em PowerPoint feita em 2016. À época, Dallagnol liderava a força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal em Curitiba e, sem provas materiais, atribuiu a Lula o papel de “comandante máximo” de um suposto esquema de corrupção.

No arquivo exibido em rede nacional, o nome do então ex-presidente aparecia centralizado, cercado por frases vagas como “propinocracia” e “perpetuação criminosa no poder”. O PowerPoint virou símbolo de um julgamento antecipado e midiático, criticado por juristas, professores de Direito e ministros do Supremo Tribunal Federal.

O Blog do Esmael esteve na linha de frente da resistência garantista durante os sete anos da Lava Jato. Desde 2014, denunciou os abusos da força-tarefa de Curitiba, alertou para os perigos do lawfare e defendeu o devido processo legal, mesmo quando isso era minoria na mídia independente e na velha mídia.

A defesa de Lula sustentou que o material extrapolava os limites da denúncia formal e tratava de acusações que sequer constavam no processo, como formação de organização criminosa. O TJ-SP acolheu o argumento e determinou que Dallagnol deve indenizar o presidente em até 15 dias, sob pena de multa e acréscimos legais.

“Faria mil vezes”, diz Dallagnol

Mesmo condenado, Deltan não recuou. Em declaração dada à imprensa e amplificada por suas redes sociais, afirmou que “não se arrepende” da encenação com o PowerPoint, reafirmando seu gesto como “pedagógico” e “necessário”.

A fala foi interpretada como um deboche não apenas à Justiça, mas também ao princípio da reparação moral reconhecido por decisão colegiada. Parlamentares governistas acusaram Dallagnol de reincidência simbólica em abusos de autoridade e desrespeito à Constituição.

Aliados do presidente Lula disseram que a decisão repara parte das violências cometidas na Lava Jato, processo que levou o petista à prisão por 580 dias com base em julgamentos posteriormente anulados pelo STF.

Lava Jato: ruínas de um projeto de poder

Dallagnol foi cassado pela Justiça Eleitoral em 2023 por irregularidades na sua candidatura a deputado federal. A queda do ex-procurador é apenas um dos capítulos da derrocada da Lava Jato, considerada por setores da sociedade como um movimento judicial-político que interferiu diretamente no processo democrático.

A condenação por danos morais a Lula fecha um ciclo simbólico. O mesmo Dallagnol que tentou criminalizar um ex-presidente sem provas agora é responsabilizado civilmente por seus abusos. A Justiça, mesmo tardiamente, começa a cobrar a conta.

Editorial

O deboche de Deltan Dallagnol não é apenas uma bravata pessoal. É um sintoma de um setor do aparato estatal que, em nome do combate à corrupção, transformou-se num projeto de poder autoritário. O Brasil precisa virar essa página com justiça, e memória. Aliás, a globo, que também participou desse linchamento de Lula, ainda deve um pedido de desculpas ao país por acobertar os crimes da Lava Jato.

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Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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