Curitiba faz 332 anos: capital inteligente com alma de vila

Neste sábado (29), Curitiba sopra 332 velinhas. Mas quem conhece bem essa cidade sabe: por trás do concreto moderno, dos tubos de ônibus e dos prédios espelhados, pulsa um coração que ainda bate como o de uma vila.

É que Curitiba, com todos os seus títulos de “cidade inteligente”, “capital ecológica”, “modelo de urbanismo”, “cidade sorriso”, nunca perdeu a alma. Continua sendo aquele lugar em que o piá do Mercado Municipal encontra a nona italiana no ônibus, em que o chimarrão divide espaço com o café passado no coador de pano, e onde os ipês amarelos desafiam o cinza do concreto com sua beleza desobediente.

Curitiba é um retrato do Brasil profundo, embora às vezes finja ser Europa. Tem seus sotaques cruzados, suas esquinas poéticas, seus ventos gelados e suas políticas quentes. É a terra que pariu Ivo Arzua, acolheu Jaime Lerner, vivenciou a “Carta de Puebla” do Requião e hoje vê Eduardo Pimentel no comando da prefeitura.

Cidade onde a política não dorme, a Boca Maldita ferve, a Praça 29 de Março pulsa aos domingos, a cultura resiste e o povo desconfia antes de sorrir. Mas, quando sorri, é de verdade.

É também palco de contradições: a cidade do primeiro ônibus biarticulado da América Latina ainda enfrenta periferias esquecidas; a capital que virou modelo de transporte já teve um “Ligeirão” que andava devagar; a metrópole que ensinou urbanismo ao mundo ainda luta contra o déficit habitacional e a exclusão social.

Mas não se engane: Curitiba não é para amadores. É para quem entende que a beleza mora nos detalhes — no som do acordeom na Rua da Cidadania, no pastel de carne seca da feira do Largo, no torresmo do boteco de esquina.

Porto de Paranaguá

E mesmo com 332 anos nas costas, Curitiba continua jovem. Porque reinventa-se, adapta-se, resiste. Seja no frio cortante ou no calor do asfalto, ela segue em frente com seu jeitinho único: meio alemão, meio polonês, meio indígena, meio punk rock. Totalmente curitibana.

Parabéns, Curitiba. Que venham muitos outros invernos, primaveras e recomeços. O Blog do Esmael — que também nasceu dessa terra boa — segue aqui, de olho nos bastidores, mas sempre com carinho no coração por essa cidade que insiste em ser diferente.

Blog do Esmael homenageia os 332 anos de Curitiba.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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