Brasil sediará o maior congresso latino-americano de saúde coletiva e medicina social

Brasil sediará o maior congresso latino-americano de saúde coletiva e medicina social

Democracia, direitos sociais e soberania dos povos estarão no centro do debate entre 4 e 8 de agosto, no XVIII Congresso Latino-Americano de Medicina Social e Saúde Coletiva

Por Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes)

De 4 a 8 de agosto, o Rio de Janeiro será o centro da saúde coletiva na América Latina.

O campus da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) sedia o XVIII Congresso da Associação Latino-Americana de Medicina Social e Saúde Coletiva (Alames), que marcará os 40 anos da entidade, reunindo pesquisadores, profissionais de saúde, estudantes e movimentos sociais de todo o continente.

Mais que um evento científico, o congresso se afirma como espaço estratégico de articulação entre ciência, militância e resistência popular em defesa da vida, dos direitos sociais e da soberania dos povos.

Fundada em 1985, a Alames é uma rede plural e não institucionalizada, presente em diversos países, através da articulação do pensamento crítico em saúde com as lutas populares por sistemas públicos, universais e equitativos.

”A criação da Alames foi um gesto histórico de compromisso coletivo e de construção de uma nova forma de pensar e fazer saúde’, explica a médica sanitarista Ana Costa, coordenadora do congresso.

“Quarenta anos depois, seguimos enfrentando desafios imensos, mas com a certeza de que nossa força está na construção coletiva de alternativas para transformar o presente e defender a vida”.

Para Mario Rovere, médico sanitarista argentino e referência histórica da Medicina Social latina, o congresso deste ano marca um momento especialmente significativo na trajetória da associação no continente.

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“Depois de 40 anos de presença da Alames em toda a América Latina, a medicina social enfrenta hoje um desafio sem precedentes. Por isso, é fundamental a participação de todos para repensar o futuro”, destaca.

RETOMANDO O CAMINHO DA DETERMINAÇÃO SOCIAL

”Por democracia, direitos sociais e saúde: retomando o caminho da determinação social e da soberania dos povos” é o tema do XVIII Congresso, reafirmando o compromisso da Alames  com sistemas de saúde públicos, universais e decoloniais.

A programação inclui conferências, mesas-redondas, rodas de diálogo, atividades culturais e assembleias de movimentos sociais, distribuídos em seis eixos centrais que tocam as raízes da medicina social latino-americana:

  • Capitalismo e Saúde
  • Soberania e Descolonização da Saúde
  • Direitos Sociais e Equidade na Saúde
  • Saúde e Democracia
  • Determinação Social da Saúde
  • Políticas e Modelo de Cuidado

A magnitude do encontro já se expressa nos números.

Reunirá 1.527 trabalhos acadêmicos e experiências práticas voltadas à defesa da saúde como direito e à soberania dos povos, celebrando a diversidade e o pensamento crítico.

A coordenadora científica do congresso, Maria Lúcia Frizon Rizzotto, destaca que a diversidade regional e metodológica dos trabalhos promete um encontro profundamente formativo.

“Não se trata apenas de um evento acadêmico, mas de uma convocatória à resistência, à solidariedade e à construção coletiva de alternativas frente às crises que ameaçam nossos povos e territórios”, afirma.

O Congresso é organizado pelo capítulo brasileiro da  Alames — o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes).

Tem o patrocínio de  OPAS, FAPERJ, CAPES, CNPq, ENSP, Fiocruz e Ministério da Saúde, além do apoio da UERJ e do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro.

A presença dessas entidades reforça a legitimidade política e acadêmica do evento, que se consolida como um dos maiores espaços de mobilização crítica em saúde do continente.

Publicação de: Viomundo

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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