A candidatura de Gusttavo Lima a presidente não é uma bomba, mas um “peido de véia”

O cantor Gusttavo Lima, conhecido por sua proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), surpreendeu ao se colocar como possível candidato à Presidência da República em 2026. A declaração do sertanejo provocou reações imediatas no meio político, revelando tensões dentro do campo da direita brasileira.

Em meio a uma disputa antecipada pelo protagonismo nas eleições presidenciais, Gusttavo Lima decidiu romper a bolha do entretenimento e entrar na arena política com uma autoindicação ao Planalto. No entanto, sua movimentação foi recebida com ceticismo até mesmo entre aliados do ex-presidente Bolsonaro.

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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos nomes mais influentes entre os jovens conservadores, reagiu com ironia, perguntando: “Que cachaça é essa que o Gusttavo Lima anda tomando?”. A declaração reflete a incredulidade de setores do PL diante da ousadia do cantor.

Jair Bolsonaro, ainda inelegível devido às condenações no TSE, segue como o principal influenciador da direita brasileira. Seu objetivo parece ser manter o controle sobre a narrativa e a escolha do candidato em 2026. O surgimento de Gusttavo Lima no cenário político, sem o aval do ex-presidente, pode ser interpretado como uma tentativa de desestabilizar ou ampliação desse controle.

Entre os possíveis herdeiros políticos de Bolsonaro estão nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO), Ratinho Jr. (PSD-PR). Todos eles possuem experiência política consolidada, diferentemente do cantor sertanejo.

Especialistas políticos analisam que a “pré-candidatura” de Gusttavo Lima pode ser apenas uma cortina de fumaça para manter o público conservador mobilizado enquanto Bolsonaro busca uma solução definitiva para sua inelegibilidade.

O filósofo João Feio, de Ivaiporã, no Paraná, resume com humor: “É mais fácil galinha criar dentes do que Gusttavo Lima ser presidente.” Para Feio, a candidatura do sertanejo carece de estrutura partidária, apoio político consistente e experiência administrativa. Segundo Feio, o cantor é mais um “fura-fila” na política.

A movimentação de Gusttavo Lima revela um racha latente na direita brasileira. Enquanto Bolsonaro tenta manter a unidade do grupo, figuras como Gusttavo surgem com discursos populistas, mas sem lastro político.

Ainda é cedo para afirmar se a candidatura do cantor será levada a sério ou se passará para o histórico das bravatas eleitorais. Contudo, uma coisa é certa: a direita brasileira está longe de ter um consenso sobre quem será seu principal nome em 2026.

Resta saber se Gusttavo Lima está realmente disposto a trocar os palcos pelos palanques – e se o público, que o aplaude em shows, o levará a sério na política. Para João Feio, que observa tudo desde Pontal do Paraná, no Litoral paranaense, a candidatura de Gusttavo Lima a presidente não é uma bomba, mas um “peido de véia” [estalo de bombinha típico de festa junina].

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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