Palácio Iguaçu faz levante contra candidatura de Guto Silva
Os bastidores da política paranaense estão fervendo com um verdadeiro levante vindo do terceiro andar do Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. Perdigueiros palacianos, atentos aos movimentos do governador Ratinho Junior (PSD), têm intensificado incursões à cidade de Pato Branco, no Sudoeste do estado. O objetivo? Barrar a possível indicação de Guto Silva, secretário de Planejamento, como candidato do PSD à sucessão estadual em 2026.
O nome de Guto Silva causa calafrios no entorno de Ratinho Junior. Apesar de já ter ocupado o posto estratégico de Chefe da Casa Civil, considerado o segundo cargo mais relevante do estado, sua possível candidatura não encontra respaldo. Fontes ligadas ao governador alegam que Guto se tornou “guloso”, expressão usada por um político local de Pato Branco, sem dar muitos detalhes. Essa insatisfação resultou na coleta de informações para compor um dossiê, que será apresentado ao governador nos próximos dias.
A mágoa de Guto não é de hoje. Em 2022, ele tentou disputar uma vaga ao Senado, mas foi preterido pelo PSD, que apostou em outros nomes, como o aliado Paulo Martins (PL), atual vice-prefeito de Curitiba. Agora, a rejeição interna pode se repetir, especialmente com o Palácio Iguaçu priorizando uma candidatura que fortaleça o palanque de Ratinho Junior, caso ele venha a disputar uma vaga ao Senado ou busque projeção nacional.
Na época, indignado, Guto Silva deixou o partido do governador para se filiar ao Progressistas (PP), partido capitaneado no Paraná pelo ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros, e sua filha, a deputada estadual Maria Victória.
Além de Guto Silva, três outros nomes do PSD despontam como possíveis candidatos apoiados pelo Palácio Iguaçu:
- Rafael Greca, ex-prefeito de Curitiba, que tem forte influência política na capital.
- Darci Piana, vice-governador, com ampla aceitação entre empresários e setores conservadores.
- Alexandre Curi, deputado estadual e futuro presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), que assume em fevereiro.
Ratinho Junior deve anunciar sua escolha somente após o Carnaval, na Quaresma, seguindo o calendário político e suas crenças pessoais. Até lá, a disputa interna segue acirrada, com aliados e adversários testando suas forças nos bastidores.
Mais do que uma simples sucessão estadual, a definição do candidato do PSD representa o futuro político de Ratinho Junior. Seja para uma candidatura ao Senado ou até mesmo para um voo nacional, o governador precisa de um nome que unifique seu grupo e garanta continuidade ao seu projeto político.
No Centro Cívico, especula-se ainda que uma candidatura com menos densidade eleitoral poderá significar um “acordo branco” entre o governador Ratinho Junior com o campo adversário.
Enquanto isso, as movimentações nos bastidores prometem capítulos intensos. O Blog do Esmael continuará acompanhando, em tempo real, essa disputa que já mexe com os alicerces do Palácio Iguaçu.
Guto Silva não conseguiu reeleger prefeito de Pato Branco
Nem mesmo a derrota do candidato de Guto Silva nas eleições municipais escaparam do atento olhar dos perdigueiros palacianos.
Nas eleições municipais de 2024 em Pato Branco, realizadas em 6 de outubro, o candidato Géri Dutra, do PL, foi eleito prefeito com 52,93% dos votos válidos, totalizando 24.985 votos.
Seu principal adversário, o então prefeito Robson Cantu, do PSD, que buscava a reeleição, obteve 33,1% das intenções de voto em pesquisas prévias.
Cantu contava com o apoio de Guto Silva, secretário de Planejamento do Paraná, que indicou o jornalista Hudson José para coordenar sua campanha de reeleição.
Apesar dos esforços, incluindo o apoio de dez secretários estaduais, a estratégia não foi suficiente para reverter a vantagem de Géri Dutra, que consolidou sua liderança e venceu a corrida pela Prefeitura de Pato Branco.
Publicação de: Blog do Esmael