Jeferson Miola: Exército classifica como fake news matéria do Estadão que informa que Alto Comando “garantirá” resultado da eleição

Exército classifica como fake news matéria do Estadão que informa que Alto Comando “garantirá” resultado da eleição
Por Jeferson Miola, em seu blog
Em nota à imprensa, Exercito classifica como fake news matéria do Estadão que informa que Alto Comando “garante” que “quem ganhar, leva a Presidência” [sic]. A matéria diz, ainda, que o Exército “se afasta da auditoria de votos” exigida por Bolsonaro.
No comunicado, o Comando do Exército “manifesta total repúdio” ao conteúdo da matéria jornalística, e diz que “os dados apresentados na matéria são inverídicos e tendenciosos”.
O Exército também comunica que “as medidas judiciais cabíveis estão sendo estudadas” em relação ao jornal devido à referida publicação.
A matéria do Estadão foi ao ar às 10:59h [30/9] e até pelo menos às 19:35h, continuava como destaque principal da capa da edição digital do jornal, o que significa que o veículo sustenta o conteúdo publicado.
Em se tratando de Forças Armadas, não surpreende que conteúdos sejam vazados em off e depois desmentidos ou relativizados por meio de comunicados oficiais em on.
O dado concreto é que as Forças Armadas não têm absolutamente nenhum direito de se intrometer – seja em modo off ou em modo on – em assuntos de domínio exclusivo do poder político e da sociedade civil. Menos ainda para dizer que garante ou que repudia a escolha soberana do povo por meio do voto popular.
No entanto, por meio das suas cúpulas partidarizadas, as Forças interferem de modo ilegal e inconstitucional na política.
E na arena da política, empregam as táticas e estratégias que foram adestrados a adotar no campo de batalha – diversionismo, camuflagem, operações psicológicas, confusão, tumulto, distração do inimigo etc.
A menos de 48 horas da proclamação do resultado eleitoral, não poderia ser mais inoportuno este jogo de desestabilização e tumulto promovido pelos militares.
É inaceitável conviver com a participação indevida, indesejável, imprópria, atentatória, ilegal e inconstitucional dos militares como juízes do exercício da soberania popular.
Publicação de: Viomundo