Pesquisa aponta Curi e Greca com maior potencial em 2026
Levantamento revala que Moro e Requião Filho lideram a corrida pelo Palácio Iguaçu
A sucessão do governador Ratinho Júnior (PSD) entrou de vez no radar e a Pesquisa Opinião indica que o jogo está longe de definido. O levantamento mostra Alexandre Curi (PSD) com o maior potencial de crescimento entre os nomes do grupo governista e sugere que uma eventual chapa com Rafael Greca (PSD) poderia se tornar altamente competitiva, a ponto de redesenhar a corrida de 2026 no Paraná.
Os números acendem um alerta no campo do senador Sergio Moro (União Brasil), favorito nos cenários estimulados. Embora lidere com folga, o ex-juiz carrega rejeição elevada e enfrenta entraves partidários que reduzem sua margem de segurança. Na prática, a pesquisa recomenda cautela. Moro lidera, mas não sobra.
O levantamento espontâneo reforça a fotografia de um eleitorado distante do processo. Ratinho Júnior aparece com 12% das menções mesmo sem poder disputar a reeleição, enquanto 65% dizem não saber em quem votar. O dado evidencia a força política do governador e, ao mesmo tempo, a ausência de um sucessor natural consolidado.
Nos cenários estimulados, Moro oscila entre 27% e 39%, sempre à frente. Requião Filho (PDT) ocupa de forma consistente o segundo lugar, com índices entre 17% e 29%, consolidando-se como principal nome do campo oposicionista. Entre os governistas, Alexandre Curi e Rafael Greca despontam com desempenho superior aos demais, chegando a 16% em alguns recortes, enquanto o secretário das Cidades, Guto Silva (PSD), fica estacionado em torno de 4%.
É nesse ponto que a pesquisa traz o dado mais sensível ao Palácio Iguaçu. Curi apresenta o maior espaço para crescimento. Apenas 9% dizem que com certeza votariam nele, mas 36% afirmam que poderiam votar, ao mesmo tempo em que cerca de um terço admite não conhecê-lo o suficiente. O potencial está dado. Falta exposição, narrativa e decisão política.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, ex-prefeito de Curitiba, também aparece bem posicionado nos cenários em que é testado, sobretudo na capital e na Região Metropolitana. A combinação Curi-Greca, conforme sugerem os números, reuniria capilaridade estadual, recall urbano e menor rejeição relativa, formando uma chapa competitiva desde a largada.
A escolha de Guto Silva como candidato do grupo, hipótese que circula nos bastidores e já foi mencionada em publicações anteriores do Blog do Esmael, carrega risco concreto de racha. A pesquisa indica que o secretário não decola nas intenções de voto e não herda automaticamente o capital político de Ratinho. Nessa hipótese, o Palácio Iguaçu corre o risco de assistir a um segundo turno entre Moro e Requião Filho sem um representante próprio.
A rejeição ajuda a explicar o cenário. Moro soma cerca de 24% de eleitores que dizem jamais votar nele. Requião Filho chega a 28%, índice alto, mas típico de candidaturas com identidade ideológica mais nítida. Já Curi e Greca têm rejeições bem menores, em grande parte porque ainda são pouco conhecidos fora de seus redutos.
Outro dado relevante é a influência limitada dos padrinhos políticos. O apoio de Ratinho Júnior faria 35% votarem no candidato indicado, mas quase metade diz que a decisão dependeria do nome escolhido. O apoio do presidente Lula (PT) tem impacto positivo restrito no Paraná, enquanto o endosso de Jair Bolsonaro mobiliza parte do eleitorado, mas amplia a rejeição em outra fatia.
A avaliação do governo estadual explica o peso de Ratinho no tabuleiro. A gestão é considerada ótima ou boa por 76%, com aprovação de 83%. Trata-se de um ativo poderoso, mas que não se transfere automaticamente. A escolha do candidato será determinante para manter o grupo no páreo.
O quadro desenhado pela Pesquisa Opinião é claro. A disputa está aberta, Moro lidera, Requião se consolida e o grupo governista precisa decidir rápido se quer ser protagonista ou espectador. Curi e Greca aparecem como o caminho mais sólido. Guto Silva, como aposta pessoal, amplia o risco de divisão. Em política, hesitação cobra preço.
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Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Publicação de: Blog do Esmael
