Novo comandante do Exército diz que ‘ser militar é garantir a democracia, respeitar o resultado da urna, papel da instituição de Estado’; vídeo
Da Redação
O governo federal anunciou na tarde deste sábado, 21/01, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva como o novo comandante do Exército.
Substituirá o general Júlio César de Arruda, demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde 2021, Paiva chefiava o Comando Militar do Sudeste.
Em 2019, assumiu o posto de general de Exército, o mais alto da carreira militar.
Na época, ele passou a integrar o Alto Comando do Exército, órgão colegiado onde são discutidos temas da Política Militar Terrestre e assuntos de interesse do comandante do Exército.
Nascido na cidade de São Paulo, ele iniciou a carreira militar em 1975, quando entrou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP), e foi declarado aspirante a oficial da Arma de Infantaria em 1981.
Atuou em missão do Exército no Haiti como Subcomandante do Batalhão de Infantaria de Força de Paz e foi Comandante da Força de Pacificação da Operação Arcanjo VI, no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de janeiro (RJ), em 2012.
Também já comandou o Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília (DF), e foi ajudante de ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador.
Ainda chefiou o Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília, e comandou a 5ª Divisão de Exército, em Curitiba (PR).
Em seu currúculo, Ribeiro Paiva também tem passagens como subalterno e comandante de companhia de fuzileiros no 7º Batalhão de Infantaria Blindado, em Santa Maria (RS), no 26° Batalhão de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro (RJ), e no 33° Batalhão de Infantaria Motorizado, em Cascavel (PR).
Foi instrutor do Curso de Infantaria da Academia Militar das Agulhas Negras, Subcomandante da Companhia de Precursores Paraquedista, Ajudante de Ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador.
Na quarta-feira, 18/01, em cerimônia que homenageou os militares brasileiros mortos no Haiti, ”Ribeiro Paiva fez o discurso mais incisivo de um general da ativa em defesa do resultado eleitoral que sagrou Lula como presidente da República”, observou o jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles.
Assista-o no topo.
Ribeiro Paiva afirmou que o Brasil enfrenta um “terremoto político” que está “tentando matar a nossa coesão, hierarquia, disciplina, profissionalismo” do Exército e que tenta acabar com o “respeito e o orgulho que temos de vestir essa farda”.
“Ser militar é ser profissional, respeitar a hierarquia e a disciplina. É ser coeso, íntegro, ter espírito de corpo e defender a pátria. É ser uma instituição de Estado, apolítica e apartidária. Não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito”, declarou.
Disse ainda que é papel dos militares garantir a democracia, e que o regime político pressupõe “liberdade, garantias individuais, políticas e públicas”.
“Também [a democracia] é o regime do povo. Alternância de poder. É o voto, e quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É essa a convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta, nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel da instituição de Estado, da instituição que respeita os valores da pátria. Somos Estado”, destacou.
No pronunciamento às tropas, Paiva sustentou que militares não podem aderir a correntes políticas.
“Isso não significa que o cara não seja um cidadão, que o cara não possa expressar seu direito de ter uma opinião. Ele pode ter, mas não pode manifestar. Ele pode ouvir muita coisa, muita gente falando para ele fazer isso ou aquilo, mas ele fará o que é correto, mesmo que o correto seja impopular”.
*Com informações do G1 e Metrópoles
Publicação de: Viomundo