Lula surpreende e elogia Trump por tentar encerrar guerra

Lula elogia Donald Trump por tentar mediar a paz entre Rússia e Ucrânia, critica a postura dos Estados Unidos e da Europa, e ainda se mostra aberto a ligar para o presidente americano para evitar tarifas contra o Brasil. A declaração do petista, feita neste sábado (29), em Hanói, durante viagem oficial ao Vietnã, mostra um reposicionamento diplomático ousado — e, no mínimo, inusitado.

Durante coletiva no encerramento de sua missão asiática, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que está disposto a conversar com Trump sobre comércio e paz mundial:

“Na hora que eu sentir necessidade de conversar com o presidente Trump, eu não terei problema de ligar para ele”, disse Lula, ao defender que divergências ideológicas não devem impedir o diálogo entre chefes de Estado.

Além do gesto diplomático, Lula se posicionou com clareza sobre as tarifas de 25% anunciadas por Trump contra automóveis e aço importado, que atingem diretamente o Brasil. O governo brasileiro pretende esgotar o caminho da negociação antes de recorrer à OMC ou adotar tarifas recíprocas.

O que mais surpreendeu a imprensa internacional e analistas foi o elogio explícito a Trump pela postura sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia:

“Eu poderia ser radical contra o Trump, mas na medida em que ele toma a decisão de discutir a paz que o Biden deveria ter tomado, eu sou obrigado a dizer que nesse aspecto o Trump está no caminho certo”, afirmou Lula.

A declaração marca uma inflexão retórica do presidente, que tradicionalmente se alinha a discursos mais críticos ao presidente republicano.

Desde o início da guerra, Lula criticou duramente a condução ocidental do conflito, especialmente a resistência da Europa em dialogar com Putin. Agora, com Trump no tabuleiro, o jogo virou:

Porto de Paranaguá

“Agora que o Trump começou a conversar com o Putin, a Europa quer que o Zelensky entre. E eu acho que tem que entrar”, disparou Lula, propondo uma trégua para “parar de atirar, plantar comida e discutir paz”.


  • Lula volta ao Brasil neste domingo (30), trazendo na bagagem acordos estratégicos com o Vietnã, como a abertura do mercado de carne brasileira, uma possível venda de até 50 aviões da Embraer e um investimento de US$ 100 milhões da JBS para abrir uma fábrica no país asiático.
  • O Brasil também convidou o Vietnã a participar da cúpula dos Brics.
  • Com os EUA, o Planalto aposta em canais diplomáticos com Trump, caso ele vença as eleições presidenciais e reassuma o comando da Casa Branca.

Lula e Trump estão negociando diretamente?
Ainda não. Lula disse que está disponível para conversar com Trump se necessário, mas destacou que o diálogo atual ocorre via chanceler Mauro Vieira e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

O que Lula disse sobre a guerra na Ucrânia?
Lula elogiou a postura de Trump em tentar negociar a paz e criticou a Europa por se recusar, no passado, a incluir Putin nas conversas. Para Lula, paz só é possível com ambos, Putin e Zelensky, sentados à mesa.

Quais tarifas os EUA pretendem impor ao Brasil?
Trump anunciou tarifas de 25% sobre automóveis fabricados fora dos EUA. O aço e alumínio brasileiros já estão sendo taxados. O Brasil ameaça recorrer à OMC ou retaliar, mas busca antes o diálogo.

Quais acordos o Brasil fechou com o Vietnã?
Acordo para exportar carne bovina, possível venda de aviões da Embraer, investimento da JBS e convite para o Vietnã integrar os Brics. O objetivo é dobrar o comércio bilateral até 2030.


O gesto de Lula em elogiar Trump, num mundo polarizado, revela um pragmatismo geopolítico que prioriza comércio, paz e interesses nacionais. Ao mesmo tempo, é uma crítica direta ao ex-presidente Joe Biden e à União Europeia, que, segundo o petista, pareciam emperrados no velho discurso belicista.

A pergunta que fica no ar: será que Trump realmente está no caminho da paz, ou apenas usa o discurso para tensionar o xadrez global? Lula, pelo visto, aposta na primeira opção — ao menos por agora.

A aproximação entre Lula e Trump, também, deixa o bolsonarismo em estado de alerta. Será que o americano irá abandonar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em nome do pragmatismo e dos interesses dos Estados Unidos?

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Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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