Lula agora foca em redutos bolsonaristas

Foto: Gabriela Biló /Folhapress

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem avançado sobre redutos bolsonaristas para ampliar seus acordos e apoios nacionalmente. Despois de consolidar palanques no Sudeste e no Nordeste, o petista se volta agora às regiões Centro-Oeste e Norte, onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem uma forte rede de apoio.

Durante a semana passada, em viagem a Brasília, Lula conseguiu articular finalmente o palanque no Amazonas, com o senador Eduardo Braga (MDB-AM) como pré-candidato ao governo, e costurou uma aliança em Mato Grosso, com uma curiosa aproximação com o PP, principal partido de apoio do governo.

O Centro-Oeste é a única região em que Lula não está à frente nas pesquisas de intenção de voto —não à toa, é onde o presidente tem mais apoios consolidados. Além de ter a simpatia dos quatro governadores, Bolsonaro tem pelo menos duas opções de palanque em quase todos os estados, ao passo que Lula não está junto a nenhum pré-candidato que desponte em intenções de voto.

Os petistas estão se movimentando para tentar mudar esse quadro. Em viagem a Brasília, Lula fechou acordo com o deputado Neri Geller (PP-MT), então base do governo Bolsonaro, para apoio à sua pré-candidatura ao Senado.

Mapa dos apoios eleitorais centro oeste - Arte/UOL - Arte/UOL

O acordo é costurado junto ao senador Carlos Fávaro (PSD-MT) e ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa lulista. Geller e Fávaro são ligados ao agronegócio e ao empresário e ex-governador Blairo Maggi (PP), um dos maiores empresários do ramo no país, que tem boa relação com Lula e quem o ex-presidente tem elogiado abertamente.

Esta seria a primeira incursão de Lula no mundo do agro fora de São Paulo e do Nordeste —região em que o presidente sempre teve apoio.

Principal reduto bolsonarista no país hoje, o Centro-Oeste é tido como causa perdida para a campanha petista, mas qualquer diminuição de margem já é vista como vitória.

Mato Grosso é o único estado em que o ex-presidente não tem nenhum palanque consolidado. No estado, Bolsonaro havia endossado a candidatura ao executivo estadual do deputado José Medeiros (PL-MT), mas ele deverá tentar reeleição na Câmara, onde defende o governo federal. Com isso, o presidente segue com o apoio informal do governador Mauro Mendes (União Brasil).

Os petistas, no entanto, não veem Mendes como uma opção perdida. Mesmo com o União Brasil lançando o deputado Luciano Bivar (União-PE) ao Planalto, na prática não haveria impeditivo para o governador se juntar a Lula.

Falta combinar com Mendes. Com grande parte do seu eleitorado também apoiadora do presidente Bolsonaro, se juntar ao petista pode não ser uma ideia tão atrativa.

Alckmin deverá visitar o estado com Geller ainda neste mês, sem Lula, para conversar com empresários do setor e ver novas possibilidades de acordo.

Lula também conseguiu, finalmente, fechar seu palanque no Amazonas. Ele deverá subir no palanque de Braga, com acordo costurado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que busca reeleição. Já havia a expectativa de que os três se unissem no estado, embora Aziz e Braga não sejam exatamente próximos, mas o martelo foi batido em Brasília.

Outra região em que Bolsonaro teve vitória expressiva em 2018 e que tem maioria dos apoios dos governadores, Lula se interessa especialmente por dois estados: Amazonas e Pará.

No Pará, o ex-presidente recebe o apoio do MDB local, mas ainda precisa sedimentar a aliança com o governador Helder Barbalho (MDB). Ele sempre foi mais próximo do PT e apoiou o ex-candidato Fernando Haddad (PT) em 2018, mas não tem se envolvido nacionalmente até então.

A expectativa é que isso seja resolvido em breve e que, quando Lula for ao estado, entre julho e agosto, já possam aparecer em palanque conjunto.

O objetivo do ex-presidente é ter palanques fechados e únicos em todos os estados, para que tanto seu nome quanto o de seus pré-candidatos sejam propagados e fortalecidos juntos.

Rodando o país desde o início de junho, a pré-campanha petista ainda considera a expectativa de vitória em primeiro turno e avalia que o sucesso das alianças locais é um fator determinante para isso.

Nos últimos dez dias, Lula conseguiu resolver dois dos estados em que ainda havia impasse e mais o incomodavam: São Paulo e Espírito Santo. No maior colégio eleitoral do país, o petista conseguiu a desistência do ex-governador Márcio França (PSB) na disputa ao governo em prol de Haddad. França deverá concorrer ao Senado.

No Espírito Santo, quem desistiu foi o PT, que retirou a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato (PT-ES) para apoiar a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB).

Uol  

O post Lula agora foca em redutos bolsonaristas apareceu primeiro em Blog da Cidadania.

Publicação de: Blog da Cidadania

Lunes Senes

Colaborador Convidado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *