“Indicado para presidir Petrobras não aceita o discurso de que o petróleo é nosso”, diz Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e novamente candidato ao cargo pelo Partido dos Trabalhadores, disse nesta terça-feira (29), durante debate no Rio de Janeiro sobre preços dos combustíveis e o futuro da Petrobras, que Adriano Pires, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para presidir a estatal faz parte de um seleto grupo de pessoas “que não aceitam o discurso de que o petróleo é nosso”.
“Em duas notícias que li hoje, vi que ele é lobista e que está muito mais ligado às empresas estrangeiras [de petróleo] do que às nossas. Ele faz parte de um seleto grupo de pessoas que não aceitam o discurso de que o petróleo é nosso”, afirmou o ex-presidente, que está cumprindo diversas agendas na capital fluminense.
Leia mais: ‘Mudar para manter igual’: o que esperar do novo presidente da Petrobras
A mesa na qual Lula falou teve a participação de lideranças sindicais da Federação Única dos Petroleiros (FUP), trabalhadores da Petrobras, pesquisadores do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O petista afirmou que é preciso construir “uma nova narrativa” para desmascarar os que defendem a privatização da Petrobras e ampliar o discurso para além do âmbito da estatal e explicar de forma didática à população brasileira “o significado do que está acontecendo com a destruição da Petrobras”.
“É preciso pegar o pessoal de terno e gravata, os camelôs, pessoas que não são da Petrobras e mostrarmos o significado do que está acontecendo com a destruição da Petrobras. Você pega editoriais antigos do jornal O Estado de S.Paulo e vai ver que lá já diziam que a gente tinha que comprar petróleo dos Estados Unidos. A elite brasileira não aceita independência e muito menos soberania”, criticou Lula.
Leia também: “Se preparem: vamos abrasileirar o preço do combustível”, promete Lula apostando em sua eleição
O ex-presidente também lamentou a perseguição política feita contra trabalhadores da Petrobras por conta da Operação Lava Jato.
“Precisamos pegar esse discurso e construir uma narrativa, porque eles contaram todas as mentiras que eles contaram a ponto de os trabalhadores da Petrobras, muitas vezes, não conseguirem entrar em um restaurante porque eram chamados de ladrões. Eles conseguiram construir a ideia de que foi o roubo da Petrobras que permitiu à Petrobras ter prejuízos”, disse o pré-candidato do PT.
Também participaram do debate a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, o vereador Lindbbergh Farias (PT), o deputado federal e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSB), o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli e o ex-diretor da estatal Guilherme Estrella.
Publicação de: Brasil de Fato – Blog