Helena Paro: A criminalização do aborto impede a formação médica adequada e que exerçamos nosso dever profissional e ético com consciência; vídeo

Da Redação
Helena Paro é médica ginecologista e obstetra e professora associada da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais.
Aí, coordena o respeitado Nuavidas — Núcleo de Atenção Integral a Vítimas de Agressão Sexual do Hospital de Clínicas da UFF.
Helena Paro apoia a descriminalização do aborto proposta pela ADPF 442, que está sendo julgada no Supremo Tribunal Federal (STF).
“O Brasil tem uma dívida histórica com as meninas, as mulheres e pessoas com capacidade de gestar”, afirma para a série Aborto: Descriminaliza Já!, da Rede Médica pelo Direito de Decidir.
Em seu depoimento, Paro chama a atenção para os efeitos em médicas e médicos da criminalização do aborto:
”A criminalização do aborto impede que nós, médicas e médicos, exerçamos nosso dever profissional e ético com consciência.
A criminalização nos impede de oferecer o melhor do progresso científico em benefício da paciente.
A criminalização do aborto impede a formação médica adequada.
A criminalização do aborto também induz médicos e médicas ao erro, quando acreditam que podem quebrar o sigilo profissional e denunciar as pacientes que chegam aos hospitais com
complicações pós-aborto.
Ou seja, a criminalização facilita condutas antiéticas dos profissionais de saúde.
A criminalização ainda nos impede de exercer a medicina de maneira respeitar a autonomia das pacientes, a priorizar sua saúde e de lutar por justiça social — pilares do profissionalismo médico.
A criminalização nos impede de proteger a dignidade das nossas pacientes e faz com que elas busquem condições desumanas e degradantes para interromper uma gravidez.
“Pela vida das mulheres, STF, discriminalize, já!, arremata a médica. “Nem presa, nem morta. Nós queremos vivas!”
Assista à íntegra do depoimento de Helena Paro. Está no vídeo acima.
Publicação de: Viomundo
